Confiança do varejista de Belo Horizonte tem queda em maio

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de Belo Horizonte em maio registrou recuo de 5,1% frente ao resultado do mês de abril e chegou ao menor patamar desde julho de 2023, quando o indicador estava em 101,2 pontos, segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG). No quarto mês deste ano, o indicador pontuava 106,7 pontos.
Apesar da desaceleração na passagem de um mês para outro, o Icec permanece no nível de satisfação, com 102,6 pontos em maio deste ano, observa o economista da entidade, Gilson Machado. O índice 100 demarca a fronteira entre a avaliação de insatisfação e de satisfação dos empresários do comércio.
Em maio de 2024 frente a igual mês de 2023, o índice de confiança do varejista de Belo Horizonte também apresentou recuo. A queda foi de 2,3%. Em maio do ano passado, o indicador chegou a 103, 9 pontos.
O economista explica que diversas variáveis podem impactar na confiança do empresário, como aspectos sazonais do negócio e os reflexos macroeconômicos. “Apesar da taxa básica de juros, a Selic, estar mais baixa na comparação com 2023, ela ainda está num patamar alto e o ritmo nos cortes passou a ser menor neste ano”, diz. Em 2023, a Selic encerrou o exercício em 11,75% ao ano. Os cortes começaram a ser feitos em agosto do ano passado.
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Atualmente, a Selic está em 10,5% ao ano. Segundo o boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (3) pelo Banco Central (BC), a taxa deve fechar 2024 em 10,25%.
Além dos juros, outro motivo que pode ter reduzido a confiança do varejista de Belo Horizonte, na avaliação de Machado, é a preocupação com a inflação, o que foi captado pelo mercado financeiro, que elevou pela quarta vez seguida a previsão da inflação para este ano. No último boletim, a previsão é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2024 em 3,88%.
Concorrência internacional também afeta confiança do varejista de Belo Horizonte
O economista da Fecomércio MG acrescenta que interfere na confiança do varejista de Belo Horizonte a preocupação com a situação fiscal do País e ainda os impactos da concorrência do varejo local com os produtos importados vendidos pelas plataformas internacionais no Brasil.
Ontem, o Senado Federal aprovou uma taxação de 20% nas compras internacionais de até US$ 50, que abrange grandes empresas varejistas internacionais que vendem pela internet, como Shopee, AliExpress e Shein.
O Icec é subdividido em outros três indicadores: Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec) e Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec). Os dados do levantamento de maio foram coletados nos últimos dez dias de abril.
A expectativa, conforme o economista, é que a confiança do varejista de Belo Horizonte volte a apresentar resultados melhores no decorrer dos próximos meses, já que a maior parte dos empresários entrevistados (65,1%) pela Fecomércio MG pretende aumentar o quadro de funcionários.
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