Economia

Congonhas implementa programa de microcrédito

Congonhas implementa programa de microcrédito
Programa Avança Congonhas deve atender cerca de 700 MEIs e micro e pequenas empresas, estima a administração municipal | Crédito: Raphael Dias / Prefeitura de Congonhas

Depois de socorrer pequenos negócios atingidos pelas enchentes de janeiro, a Prefeitura de Congonhas, no Campo das Vertentes, acaba de anunciar um programa de microcrédito dirigido ao mesmo segmento. Com recursos de R$ 19 milhões, o projeto Avança Congonhas irá conceder empréstimos de até R$ 10 mil para Microempreendedores Individuais (MEIs) e de até R$ 50 mil para MPEs.

A iniciativa se alinha a várias ações da Prefeitura de Congonhas para melhorar o ambiente de negócios e fomentar a formalização dos pequenos negócios. O município instituiu o Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico para receber parte dos recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) – e é desta fonte que virá o valor disponível para o programa.

Segundo o superintendente de Desenvolvimento Econômico do município, Geordane Silva, a previsão é de que sejam atendidas 700 empresas, com empréstimos em  média de R$ 3,5 mil para MEIs e de R$ 35 mil para MPEs. “Este é o valor que elas normalmente conseguem acessar no mercado”, informa.

A carência para o pagamento das parcelas será de até 180 dias e prazo de pagamento de até 60 meses. A taxa de juros será de 0,5% ao mês, a mais baixa praticada no mercado. Para se ter uma ideia, o Pronampe, empréstimo lançado na pandemia com os menores juros do mercado, está cobrando 9% ao ano.

Mas o problema para os pequenos negócios não é só esse. “O acesso a crédito é uma das maiores dificuldades que eles enfrentam. Os bancos não querem correr riscos com empresas que têm poucas informações e garantias”, explica Silva.  

“A ideia é chegar a quem nunca seria atendido por uma instituição financeira. E que a renda gerada pelos pequenos negócios circule no próprio município”, acrescenta.

A plataforma criada para o programa foi lançada em 27 de junho. Através dela, os empresários poderão solicitar o crédito diretamente à instituição financeira que foi escolhida através de pregão – a Rapidium -, que fará também a análise de crédito. Um questionário a ser respondido pela empresa candidata dará ao Sebrae as informações necessárias ao crédito orientado.

As ações em favor dos pequenos negócios em Congonhas nasceram na pandemia, como resposta aos prejuízos de quem teve que fechar ou reduziu muito o faturamento. Segundo Geordane Silva, aquilo que foi pensado para minimizar estes impactos está indo além como política pública.

“Os fundos de financiamento são rotativos e seus retornos continuarão a dinamizar a economia da cidade ao longo do tempo. O que interessa para a Prefeitura é melhorar o comércio, a saúde, a educação, pois isso ajuda na atração de novas empresas”, aponta o superintendente.

“Também estamos agregando mulheres à economia, ao apoiar seus empreendimentos e também os jovens, que costumam ter sua primeira oportunidade de trabalho justamente nos pequenos negócios. Para mudar a nossa matriz econômica, baseada na mineração, nós estamos começando de dentro pra fora”, complementa.

Projeto Recupera

Nas chuvas de janeiro, muitas famílias congonhenses perderam tudo e pequenos negócios tiveram que fechar as portas, por causa dos prejuízos. Assim que as águas do rio Maranhão baixaram, técnicos da Prefeitura, do Sebrae e da Associação Comercial saíram às ruas para levantar os prejuízos.

Numa iniciativa inédita na cidade, a Prefeitura instituiu em fevereiro o Programa Recupera, destinado a socorrer micro, pequenos empresários e MEIs, concedendo R$ 10 mil a cada empresa atingida, para cobrir danos e repor equipamentos e estoque. O orçamento inicial de R$ 750 mil foi ampliado para R$ 1,2 milhão e chegou a 120 empresas.

Atender tanta gente deu um trabalho e tanto na Sala do Empreendedor do município. “Fizemos de tudo para tornar as empresas aptas ao auxílio, como providenciar certidões de débito ou alvará. É claro que ele não chegou a todo mundo que precisava, mas aprendemos muito durante o processo. Agora já sabemos exatamente a realidade a enfrentar e já pensamos em novas soluções. O microcrédito é uma delas”, finaliza Geordane Silva.

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