Economia

Conheça inovações financiadas pela EMBRAPII que utilizam a água de forma inteligente e sustentável

Empresa investe em barco-drone que analisa a qualidade da água; biocombustível a partir de plantas aquáticas; submarino que ajuda na prevenção de vazamentos; e inteligência que mantém a qualidade da água para pescados
Conheça inovações financiadas pela EMBRAPII que utilizam a água de forma inteligente e sustentável
Crédito: Fernando Alves Ferreira

No Dia Mundial da Água a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) continua investindo em projetos de tecnologia e sustentabilidade para gestão dos recursos hídricos, em que a água é tratada como bem coletivo e insumo fundamental para a indústria.

Segundo Jorge Almeida Guimarães, Diretor-Presidente da EMBRAPII, a água e a inovação desconhecem fronteiras. Sem investimentos, ambas escoam. “Precisamos, mais do que nunca, falar em conservação. É preciso que todos compreendam todas as dimensões da água. Tanto é um bem coletivo como também um dos insumos mais importantes para a indústria de inovação no Brasil e no mundo”, pontua o executivo.

Conheça os principais projetos que receberam investimentos da EMBRAPII para a economia e otimização do uso da água:

Macrofuel

Uma das iniciativas apoiada pela EMBRAPII é a produção de biocombustível a partir de macrófitas, plantas aquáticas que condições de elevada proliferação nas bacias hidrográficas podem comprometer o abastecimento, a qualidade da água para consumo e dificultam a navegação, a irrigação e a produção de energia hidroelétrica.

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Para ajudar no controle das macrófitas, com o investimento da EMBRAPII, o Instituto SENAI de Inovação ISI Biomassa – Unidade EMBRAPII localizada em Três Lagoas (Mato Grosso do Sul) e a empresa CTG Brasil desenvolveram o projeto “Macrofuel” que se utiliza das macrófitas como insumo para a produção de biocombustíveis. Por enquanto, o bio-óleo será empregado nos motores das hidrelétricas situadas entre Ilha Solteira, no interior de São Paulo e na divisa com o MS.

Em razão dos resultados positivos apresentados, a produção do combustível sustentável poderá ser expandida. A iniciativa recebeu cerca de R$ 4,6 milhões em investimentos. 

Barco-drone

Pesquisadores da Unidade EMBRAPII do Instituto Federal Sul de Minas (IF Sul de Minas), em Minas Gerais, criaram um barco automático de pequeno porte com dimensões semelhantes a um drone, por isso o projeto recebeu o nome de barco-drone. Ele é capaz de mensurar a profundidade de reservatórios, lagos e açudes e também analisa a turbidez das águas residuais (geralmente, aquelas que já foram utilizadas, por exemplo: esgotos).

Ao circular por represas e açudes, ele mapeia o volume de água e analisa a qualidade desta para fins de reúso como irrigação ou outras destinações. O protótipo determina se é preciso ou não tratar a água residual. Para seu desenvolvimento foram investidos R$ 300 mil e o projeto já está disponível para o mercado.

IoT no cultivo de peixes e camarões

De acordo com pesquisadores da área de pescados, a qualidade dos peixes depende diretamente da qualidade da água, principalmente nos estágios iniciais de seu desenvolvimento.

A EMBRAPII, em parceria com a empresa Piscis e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), elaborou um sistema de sensoriamento capaz de identificar e informar as oscilações nos parâmetros físico-quimicos da água (pH, níveis de oxigênio e amônia, etc.). A solução oi desenvolvida no Polo de Inovação do Instituto Federal do Ceará (IF-CE) – Unidade EMBRAPII. O sensor utiliza conceitos de Internet das Coisas (IoT), automação industrial e fototônica. Os investimentos totais no projeto ultrapassam R$ 600 mil.

Em breve, produtores de peixes e camarões poderão contar com essa tecnologia inédita de monitoramento e controle rigoroso da qualidade da água nos tanques de cultivo, em tempo real, por meio de um aplicativo instalado no smartphone ou no computador.

Crédito: Fernando Alves Ferreira

Submarino FlatFish

Dezoito pesquisadores brasileiros participaram do desenvolvimento de um submarino baseado em inteligência artificial proposto pela empresa Shell e pelo Serviço Nacional de Apoio à Indústria (SENAI) – CIMATEC, Unidade EMBRAPII na Bahia. Denominado “Submarino FlatFish”, o projeto tem por objetivo inspecionar estruturas no fundo dos oceanos e com esses dados prevenir acidentes e vazamentos em tubulações. 

Trata-se de um veículo autônomo submarino não tripulado, sendo o primeiro protótipo do tipo desenvolvido no Brasil e será utilizado para inspeção visual em 3D de alta resolução na exploração de petróleo e gás em águas profundas, garantindo menores custos e riscos operacionais e maior segurança para o meio ambiente. O equipamento possui uma garagem submarina que permite a configuração de missões e transmissão de dados.

O projeto passa pelos últimos testes em ambiente operacional. Novas funcionalidades podem ser incorporadas ao projeto após essa fase com o intuito de atender a novas demandas dos clientes. A solução contou com o apoio da EMBRAPII e da Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Crédito: Divulgação Submarino FlatFish

Sobre a EMBRAPII

A EMBRAPII é uma Organização Social com Contrato de Gestão com os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Educação (MEC) e Saúde. A instituição garante com recursos não reembolsáveis parte do valor total do projeto da empresa que deseja inovar. Para viabilizar o desenvolvimento, coloca à disposição 72 Unidades EMBRAPII (distribuídas pelo país), centros de pesquisa de ponta credenciados na rede de inovação. Mais de 1500 projetos já receberam o apoio da EMBRAPII, totalizando mais de R$ 2 bilhões em investimentos.

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