Construção pesada em Minas tem crescimento em 2024

O ano de 2024 foi melhor que o anterior para a indústria da construção pesada no Estado, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Bruno Baeta Ligório. “O setor tem crescido, tem retomado, após um período de uma década quase perdida. A partir de 2022 os investimentos voltaram gradativamente”, diz. Apesar da melhora em 2024, o dirigente frisa que é necessário investir mais em infraestrutura.
Ele explica que os investimentos, tanto públicos como privados, têm crescido, sendo que no último caso em função das concessões rodoviárias. Em Minas, o governo licitou, entre julho e outubro de 2024, mais de R$ 1,4 bilhão em obras de infraestrutura rodoviária e melhorias logísticas, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER-MG). A expectativa é que o volume de recursos chegue a R$ 1,7 bilhão até o final deste ano, com o lançamento de mais editais.
Ligório ressaltou que o aumento da taxa básica da economia (Selic), que aconteceu mais uma vez neste mês tem impacto nos investimentos das empresas privadas, que firmaram contratos de concessão baseado em uma determinada taxa de juros. “Quando essa taxa de juros tem essa tendência de alta, isso pode desequilibrar a equação econômica financeira do contrato, fazendo com as empresas segurem um pouco os investimentos”, observa.
Entre os desafios enfrentados pelo setor, o dirigente aponta a formação e atração de mão de obra qualificada em diversos níveis. “O que não é exclusivo da nossa atividade. Talvez esse seja o nosso maior desafio: equalizar a falta de mão de obra com o aumento dos investimentos nos próximos anos”, frisa.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Outro, é melhorar a qualidade da contratação das obras públicas. “Levantamento do Tribunal de Contas da União mostra que 51% das obras com recursos federais no País estão paralisadas”, observa.
O presidente do Sicepot-MG diz que as concessões, que foram leiloadas e contratadas neste ano, devem ter investimentos mais robustos a partir do terceiro ano, em razão do cronograma dos aportes. “Então, em 2025 devem acontecer alguns investimentos, chamados de serviços iniciais”, observa.
Obras públicas devem impulsionar a construção pesada em Minas Gerais
A perspectiva é que os aportes do Estado no próximo exercício fiquem próximos do patamar de 2024 ou mesmo possam crescer. Em termos municipais, o dirigente disse acreditar que é possível ter até uma redução, já que não é um ano eleitoral e há mudanças nas administrações municipais. “O ideal seria repetir o volume de investimentos de 2024”, diz.
Já no que se refere aos investimentos das federais dentro do Estado, a expectativa do dirigente é que haja incremento, estimulado pela concessão da BR-381. A rodada de concessão da rodovia foi realizada em 29 de agosto de 2024 e a 4UM Investimentos venceu a disputa. O fundo reúne ações das empresas MLC, Aterpa e Senpar. Ao longo dos últimos anos, o governo federal tentou realizar o leilão da rodovia para a iniciativa privada em pelo menos três ocasiões (novembro/2021, fevereiro/2022 e novembro/2023). Também houve uma tentativa de concessão em 2013, porém não houve interessados.
Somente para recuperar as rodovias de Minas Gerais é preciso investir, ao todo, R$ 15,87 bilhões, conforme estimativa da Pesquisa CNT de Rodovias 2024, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada em novembro de 2024.
A projeção inclui a necessidade de aportes de R$ 12,1 bilhões em ações emergenciais – R$ 533,7 milhões destinados à reconstrução das estradas e R$ 11,6 bilhões para restauração – e de R$ 3,7 bilhões em manutenção. A entidade analisou 15.589 quilômetros da malha rodoviária mineira na 27ª edição do estudo.
Ouça a rádio de Minas