Construtores estão otimistas em Minas

O empresariado mineiro ligado ao setor da construção está mais otimista. O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) de fevereiro atingiu 62,9 pontos, uma alta de 9,7 pontos no comparativo com igual mês do ano passado, quando o índice era de 53,2 pontos. No comparativo com janeiro (59,1), o aumento foi de 3,8 pontos. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que divulgou o estudo, o resultado é o melhor desde 2011. Os dados positivos são atribuídos ao cenário de maior estabilidade econômica e política. O Iceicon nacional marcou 63,3 pontos em fevereiro.
“Os resultados surpreenderam positivamente. Mas é necessário lembrar que a base é fraca, já que o setor enfrentou anos de crise”, pontuou a analista de estudos econômicos da Fiemg, Daniela Muniz. Entre 2010 e 2019, o melhor resultado do Iceicon-MG para o mês de fevereiro foi em 2010, com 72,9 pontos, enquanto o pior foi registrado em 2016, com 30,4.
Daniela Muniz destaca que, em fevereiro deste ano, o indicador trouxe um diferencial importante: a avaliação de condições atuais também ficou acima dos 50 pontos, ou seja, mostrou otimismo. Tal resultado vinha sendo atingido apenas pelo indicador de expectativas para os próximos seis meses.
“O índice de expectativas já vinha melhorando, mas o indicador de condições atuais ultrapassou os 50 pontos pela primeira vez em seis anos. Isso mostra que houve uma percepção, por parte do empresário da indústria da construção, de melhora no ambiente de negócios”, comenta. O Iceicon é composto pelos componentes de avaliação das condições atuais em comparação aos últimos seis meses e de expectativas para os próximos seis meses.
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Em fevereiro, o índice de condições atuais ficou em 53,4 pontos, com alta de 3,5 em relação a janeiro (49,9). No comparativo com fevereiro de 2018 (44,6), a alta foi de 8,8 pontos. A avaliação das condições atuais da economia brasileira atingiu 58,7 pontos; da economia mineira chegou a 52,2 pontos e, da empresa, a 55 pontos.
Já a expectativa atingiu 67,7 pontos em fevereiro, com alta de 4 pontos em relação a janeiro (63,6). No comparativo com fevereiro de 2018 (57,5), houve crescimento de 10,2 pontos. A expectativa quanto à economia brasileira foi de 68,8 pontos; quanto à economia mineira, de 61,7 pontos. Já em relação à situação da empresa, o índice chegou a 68,8 pontos.
Fatores – Daniela Muniz explica que vários fatores podem ser apontados como responsáveis pelos dados positivos, entre eles o cenário macroeconômico mais estável, com consolidação da taxa Selic em patamar baixo, controle inflacionário mantido e melhora gradual do mercado de trabalho. Além disso, houve melhora nas condições de crédito, o que é especialmente importante para esse setor.
“Aliadas à confiança maior, temos a expectativa de retomada gradual da atividade da construção ao longo do ano”, diz. Segundo a analista, há ainda uma estabilidade política maior. “Em geral, a situação está mais tranquila para quem quer investir”, diz.
A analista considera que o crescimento do ânimo do empresário nesse primeiro semestre só será consolidado se forem criadas condições para o desenvolvimento do setor. Entre as principais medidas ela cita a reforma da Previdência e tributária, que podem propiciar melhoria no longo prazo.
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