Consumidor muda hábitos diante da inflação de alimentos

O comportamento dos mineiros mudou na hora de realizar as compras de casa. É o que aponta a pesquisa inédita “Perfil de Compras Alimentícias de Minas Gerais”, realizada pelo setor de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG). De acordo com o levantamento, 61,46% dos empresários dos segmentos do comércio varejista de hipermercados, supermercados e minimercados, mercearias e armazéns do Estado notaram mudanças no consumo de alimentos após a pandemia.
“A Covid-19 trouxe diversos desdobramentos econômicos e isso afetou diretamente a renda das famílias. Com isso, elas passaram a priorizar o consumo de bens de primeira necessidade, alimentos essenciais até mesmo para a sobrevivência e a fazer trocas como, por exemplo, a mistura láctea ”, explica o economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida.
“Além disso, nós tivemos uma inflação de alimentos tão acentuada que os consumidores não tiveram alternativas a não ser praticar mais pesquisas, substituir marcas e priorizar o consumo de alimentos mais básicos como arroz e feijão. Isso tudo tentando se adaptar a essa nova realidade”, pontua.
O especialista aponta também que, além da Covid-19, o que provocou essas mudanças no perfil alimentar dos mineiros foi a deterioração do cenário macroeconômico, principalmente de indicadores atrelados ao consumo, ao emprego e à renda. “Vimos o desemprego aumentar, a renda do consumidor ser achatada por um processo inflacionário bastante acentuado, que hoje ainda perdura em todo mundo e isso afeta o poder de compra da família em si”, afirma Almeida.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
O estudo da Fecomércio MG, que contou com a participação de 384 empresários de Minas Gerais, apurou ainda que o gasto médio mensal com compras por parte dos consumidores variou de R$ 30,00 a R$ 1.800,00, com média mensal de R$ 519,79. Quanto às estratégias de compras dos consumidores, aproximadamente 42% e 28% dos entrevistados notam que as compras realizadas são para o consumo diário ou semanal, respectivamente, por serem em quantidades menores.
Adaptação nos negócios
Quase metade das empresas que participaram da pesquisa da entidade (49,48%) atua com algum tipo de venda on-line. Na percepção de 46,60% desses empresários, as vendas aumentaram no formato do e-commerce.
“As pessoas passaram a comprar mais pelo e-commerce, incluindo itens de consumo rápido, como é o caso de alimentos, por exemplo. Então, se antes o consumidor fazia a tradicional compra no supermercado aos fins de semana, agora ele passa a fazer pedido pela internet, pelo aplicativo ou até mesmo por um canal de contato junto ao supermercado, junto à padaria ou ao varejo alimentício. Com o comportamento do consumidor se alterando, as empresas tiveram que se adaptar à nova realidade. E essa é uma mudança que veio para ficar, pois o consumidor tem esse comportamento de buscar mais comodidade e a internet traz isso. Ele consegue pesquisar preço, recebe o produto em casa e otimiza seu tempo não enfrentando filas e nem trânsito”, finaliza o economista-chefe da Fecomércio MG.
Ouça a rádio de Minas