Consumo de bens industriais subiu 0,4%

O Indicador de Consumo Aparente de Bens Industriais, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), registrou alta de 0,4% em fevereiro, em relação a janeiro, na série com ajuste sazonal. Com o resultado, o trimestre móvel encerrado em fevereiro teve expansão de 0,5% na margem, marcando o terceiro período consecutivo de alta.
Os dados mostram que enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional subiu 0,6%, em fevereiro, e 0,9% no trimestre móvel, as importações de bens industriais tiveram quedas de 1,7% e 6,5%, respectivamente.
Na comparação com fevereiro de 2021, entretanto, a demanda interna por bens industriais caiu 7,1%, o que levou o trimestre móvel a registrar também retração de 6,1% em relação ao verificado no mesmo período do ano passado.
Já no acumulado em 12 meses, a demanda cresceu 5,7%, enquanto a produção industrial, medida pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve alta de 2,8%. Na mesma base de comparação, as importações de bens industriais cresceram 24,8%.
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Segundo o Ipea, excetuando o consumo aparente de bens intermediários, todos os demais grandes grupos econômicos apresentaram alta em fevereiro, frente a janeiro. Destaque para os segmentos de bens de consumo duráveis e de bens de capital, com expansões de 6,1% e 4,4%, respectivamente. No trimestre móvel findo em fevereiro, os dois segmentos também mostraram altas na margem (4,1% e 5%).
A pesquisa do Ipea revela que, em relação às classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação evoluiu 1,4% sobre janeiro e 0,2% no trimestre móvel. A extrativa mineral, por sua vez, caiu 13,3% na margem, enquanto o trimestre móvel registrou alta de 7,6%. No acumulado em doze meses, as indústrias extrativas apresentaram crescimento de 19,9%.
Quinze dos 22 segmentos da indústria de transformação tiveram variação positiva no consumo aparente, o que fez o índice de difusão passar de 18%, em janeiro, para 68%, em fevereiro. Esse índice mede a porcentagem dos segmentos com aumento em relação ao período anterior, após ajuste sazonal.
Entre os segmentos com peso relevante, outros equipamentos de transporte e farmoquímicos tiveram os melhores resultados, com altas de 24,7% e 17,1% na margem, respectivamente. Em relação ao trimestre móvel, dez segmentos registraram crescimento na comparação dessazonalizada, destacando o consumo aparente de veículos (10,2%), mostrou a pesquisa do Ipea.
Segmento de máquinas apurou queda
A receita líquida do setor de indústria de máquinas e equipamentos no País registrou queda de 6,8% em março de 2022, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com balanço da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O total de receita mensal ficou em R$ 25,1 bilhões.
No primeiro trimestre de 2022, o setor também acumulou queda de 5,3% na receita, após crescimento de 21,6% no balanço de todo o ano passado – janeiro a dezembro. A receita trimestral ficou em R$ 67,4 bilhões.
Apesar dos resultados negativos em relação ao ano anterior, o setor teve crescimento de 14,3% na receita líquida em relação ao mês de fevereiro, o segundo crescimento consecutivo após série de quedas iniciada em setembro de 2021.
“Os números observados no primeiro trimestre do ano indicam que a desaceleração da atividade industrial, iniciada no último trimestre de 2021, principalmente nos setores ligados ao consumo das famílias, continuam impactando negativamente os investimentos produtivos de alguns segmentos”, diz nota da entidade.
Exportações – As exportações cresceram 45,3% em março, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Houve alta de 36,6% no primeiro trimestre ante ao mesmo período de 2021 e aumento de 15,4% em relação a fevereiro. O total das exportações do setor foi de US$ 1.011,87 milhões em março de 2022 e US$ 2.606,32 no trimestre.
“As exportações que iniciaram forte recuperação a partir no segundo trimestre de 2021, mantiveram esta tendência em 2022”, avaliou a Abimaq.
Nas importações de máquinas e equipamentos, houve crescimento no mês de março (9,1%) na comparação com o mês de fevereiro e na comparação interanual (8,8%). No ano, o crescimento acumulado chegou a 15,9%. Março teve total de US$ 2.136,60 milhões em importações e, no trimestre, totalizou US$ 5.937,48. (ABr)
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