Consumo de combustíveis sobe 2,1% em Minas Gerais

O consumo de combustíveis, em Minas Gerais, cresceu 2,1% ao longo do primeiro semestre. De acordo com os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ao todo, foram vendidos 7,4 milhões de metros cúbicos no Estado ante os 7,2 milhões de metros cúbicos entre janeiro e junho de 2021. Dentre os combustíveis, a maior alta foi registrada no consumo da gasolina, que chegou a 1,8 milhão de metros cúbicos e superou em 15,5% o volume registrado no mesmo intervalo do ano anterior.
Alta também foi vista no diesel, 2,9%. No período, somente as vendas de etanol hidratado apresentaram menor demanda, e encerram o primeiro semestre com queda de 19,2% se comparado com o mesmo intervalo do ano passado.
A alta no consumo dos combustíveis, com destaque para a gasolina, foi registrada em um período de grande elevação dos preços. A situação de preços mudou, em partes, após 1º de julho quando a redução da alíquota do ICMS incidente sobre a gasolina foi sancionada pelo governo de Minas Gerais. Conforme estabeleceu a Lei Complementar 194/22, o ICMS sobre combustíveis ficou limitado em 18%, ante 31% praticado anteriormente. O impacto da redução dos valores deve ser sentido nos próximos resultados.
Conforme os dados da ANP, ao longo de junho, o consumo de todos combustíveis em Minas chegou a 1,2 milhão de metros cúbicos, volume 2,8% maior que em junho de 2021. Porém, na comparação com maio, houve queda de 4,3%.
Apesar de a gasolina ter encerrado o semestre com a venda de 1,8 milhão de metros cúbicos e alta de 15,5% sobre os 1,6 milhão em igual período do ano anterior, na comparação mensal e anual, foi apurada queda.
Em junho, frente a igual mês de 2021, houve uma redução da demanda pela gasolina de 1,27%, uma vez que em igual período do ano passado as vendas somaram 303,7 mil metros cúbicos e em junho atual chegaram a 299,8 mil metros cúbicos. Frente a maio, a redução ficou em 11,2%, já que consumo no quinto mês do ano foi de 337,7 mil metros cúbicos.
Alta também nas vendas de diesel, porém, em índice menor ao da gasolina. Ao todo,foram 3,7 milhões de metros cúbicos de óleo diesel vendidos no Estado de janeiro a junho, variação positiva de 2,9%. Ao contrário da gasolina, em Minas Gerais, a alíquota do ICMS incidente sobre o diesel não foi reduzida, já que a praticada era inferior ao teto estipulado.
Somente em junho, as vendas foram de 642,4 mil metros cúbicos, volume 2,6% maior que os 625,6 registrados em junho de 2021. Porém, frente a maio o consumo retraiu 4,6%, já que no quinto mês as vendas somaram 673,6 mil metros cúbicos em Minas.
Etanol em queda
Ao contrário da gasolina e do diesel, no primeiro semestre, as vendas de etanol hidratado ficaram menores. No caso do biocombustível, os postos de Minas Gerais comercializaram 1,05 milhão de metros cúbicos, redução de 19,3%.
Apesar da queda no semestre, com o avanço da safra de cana-de-açúcar, que este ano começou atrasada, houve aumento das vendas na comparação de junho com maio, 9,11% e somando 190,3 mil metros cúbicos. Frente a junho de 2021, a alta ficou em 5,52%.
Assim como na gasolina, houve redução do ICMS incidente no preço do etanol, com a alíquota caindo de 16% para 9,29%. A queda tende a tornar o preço mais competitivo, o que pode estimular o consumo.

Petrobras não descarta a compra de diesel russo
Rio – A Petrobras avalia “todas as possibilidades do mercado”, incluindo a compra de diesel russo para garantir o abastecimento em um horizonte de oferta apertada, afirmou na sexta-feira (29) o diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, quando questionado por jornalistas sobre o assunto.
Mastella afirmou que, até o momento, a empresa tem comprado dos fornecedores tradicionais, como os Estados Unidos, mas que está atenta à situação global da oferta do produto.
“Nós temos escritórios na Europa, nos EUA, em Cingapura, que conseguem monitorar todo o mercado. A gente está o tempo todo avaliando alternativas”, disse o diretor.
Em conferência com investidores, ele afirmou que vê um cenário de preços elevados para o combustível no segundo semestre, a menos que se consolide uma recessão global.
Com a invasão da Rússia à Ucrânia e as consequentes sanções impostas por países do ocidente ao petróleo e aos derivados russos, a oferta de diesel se tornou restrita em todo o mundo. O combustível é o mais consumido pelo País.
O Brasil não impôs nenhuma sanção aos russos, tendo inclusive aumentado a compra de fertilizantes da Rússia para garantir oferta de nutrientes para o plantio da próxima safra.
Paradas programadas – Somam-se ao cenário desafiador global as interferências na produção de diesel causadas pelas paradas programadas para manutenção das refinarias, necessárias à segurança operacional, afirmaram os diretores.
A companhia terá quatro paradas programadas para o segundo semestre, das quais duas serão em unidades de hidrotratamento de diesel, responsáveis pela produção de diesel S-10.
A parada da estação da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, será entre agosto e setembro, e a da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, de setembro a novembro.
Para não impactar mais a produção nacional de diesel, a Petrobras adiou uma terceira parada em unidade de hidrotratamento que estava prevista.
“Nós concluímos pela postergação da troca de catalisador do hidrotratamento da Revap, que estamos deslocando de novembro para o primeiro trimestre de 2023”, disse o diretor de Refino e Gás Natural, Rodrigo Costa Lima e Silva, referindo-se à Refinaria Henrique Lage, no Estado de São Paulo.
Mais cedo, em conferência com investidores, os diretores citaram ainda, como preocupação para a oferta, a aproximação do inverno no Hemisfério Norte, que tende a aumentar a demanda pelo produto, e a temporada de furacões nos Estados Unidos, que eleva o risco de paradas na produção. (Reuters)
Estatal nega a venda de participação na Braskem
Rio – A Petrobras negou a possibilidade de atual condução de venda de sua participação na Braskem, conforme comunicado divulgado na sexta-feira (29).
Ao comentar notícias veiculadas na imprensa, a estatal reafirmou que sua fatia na Braskem faz parte da carteira de ativos à venda, de acordo com plano estratégico divulgado. No entanto, disse que não há nova negociação.
“A Petrobras informa que não está conduzindo nenhuma estruturação de operação de venda no mercado privado”, afirmou a companhia.
O jornal Valor Econômico publicou que a Braskem teria recebido três ofertas separadas de aquisição parcial ou total, citando fontes familiarizadas com o assunto.
As ofertas formalizadas seriam do Unipar, BTG Pactual e Apollo Global Management.
Albacora
Os esforços da Petrobras para vender o campo de Albacora ao produtor independente de petróleo e gás PRIO pararam, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto, o que pode marcar o fim de cinco anos de grandes vendas de ativos pela estatal brasileira.
Em abril, a PRIO, anteriormente chamada PetroRio, anunciou que estava comprando o campo petrolífero de Albacora Leste da Petrobras por US$ 2,2 bilhões. Ambas as empresas há muito reconhecem que as negociações estão em andamento para o campo adjacente, conhecido simplesmente como Albacora.
A Reuters informou anteriormente que os dois lados lutaram para chegar a um valor justo pelo Albacora. Mas nas últimas semanas, essas conversas foram efetivamente interrompidas, disseram as pessoas, que pediram anonimato para falar sobre assuntos confidenciais.
Uma das pessoas, com conhecimento dos planos da PRIO, disse que a turbulência na gestão da Petrobras afetou as negociações para pior. A empresa estatal teve quatro CEOs este ano e seu conselho deve ser substituído em uma assembleia de acionistas em agosto. Até lá, disse a pessoa, as negociações estão congeladas.
A mesma fonte acrescentou que o negócio não está morto, e a PRIO está otimista de que as discussões vão avançar novamente quando um novo conselho da Petrobras for instalado.
O site do setor PetroleoHoje informou esta semana que a Petrobras havia retirado a Albacora de sua carteira de desinvestimentos.
A Petrobras negou isso, dizendo em comunicado ao mercado que “não houve decisão de suspender o processo de desinvestimento”. A empresa não forneceu comentários adicionais à Reuters.
Um porta-voz da PRIO disse à Reuters que as negociações estão em andamento.
Nos últimos anos, a Petrobras vendeu dezenas de campos de petróleo, além de refinarias, oleodutos, redes de postos de gasolina e outros ativos em uma tentativa de reduzir a dívida e aprimorar seu foco na exploração e produção em águas profundas.
A Albacora, que deveria arrecadar bilhões de dólares, está entre os últimos desinvestimentos de tamanho significativo com chance de acontecer antes das eleições presidenciais de outubro no Brasil.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atualmente está derrotando o presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas, tem criticado o movimento de desinvestimentos da Petrobras. (Reuters)
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