Consumo de energia elétrica em Minas fecha 2022 em alta
O consumo de energia elétrica em Minas Gerais registrou alta de 0,3% em 2022 na comparação com o ano anterior e chegou a 7.617 megawatts médios, segundo levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Do total contabilizado no Estado, 3.653 MW médios foram para o mercado regulado — aquele em que as residências e pequenas empresas contratam seu abastecimento diretamente das distribuidoras. O montante representa uma queda de 1,8% na comparação com 2021. O restante, 3.964 MW médios, foram direcionados para o mercado livre — no qual as grandes indústrias e redes de comércio e serviços podem escolher o seu fornecedor de energia. Nesse caso, foi computado crescimento de 2,3%
No País, em igual base de comparação, foi verificado incremento de 1,5%, com 67.275 megawatts médios. Foi o segundo ano consecutivo de alta nacional, considerada pela entidade como sinal da retomada de setores da economia que, no começo da década, atravessaram os desafios impostos pela pandemia da Covid-19.
“Voltamos a ver crescimento no mercado energético, o que é uma boa notícia, mas o ritmo ainda é menor do que aquele que nós considerávamos a média histórica do setor. Para isso, porém, será necessária uma recuperação mais rápida da atividade econômica”, observa o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri.
Dentro do mercado livre, a CCEE monitora o consumo de energia em 15 ramos de atividade econômica. Os três setores que registraram as maiores taxas de aumento em Minas no ano passado foram saneamento (93%), serviços (24,5%) e comércio (12,2%). Dois segmentos tiveram queda: veículos (-0,3%) e têxteis (-14,1%).
Na análise nacional, dos 15 setores analisados, 13 registraram aumento no consumo no comparativo anual, com destaque para a recuperação expressiva de serviços e comércio depois do fim das restrições para o enfrentamento da pandemia. O ramo de madeira, papel e celulose ampliou sua produção para suprir a demanda global por matéria-prima brasileira, que aumentou após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia. Já a indústria têxtil foi afetada negativamente por fatores conjunturais, como juros altos e inflação acumulada, além de escassez de matéria-prima.
De acordo com o levantamento da CCEE, o mercado livre puxou o resultado para cima. O ambiente utilizou 7,2% mais energia em 2022 do que em 2021, um total de 24.496 MW médios. O segmento representa 36,4% de todo o consumo nacional. Destaque para os setores de serviços (16,2%), madeira, papel e celulose (12,7%) e comércio (10,5%).
Já no segmento regulado foi verificado recuo de 1,4%. A carga somou 42.769 MW médios. Três fatores explicam a retração, conforme a câmara: a migração de consumidores para o mercado livre, a disseminação dos painéis solares e a influência de temperaturas mais baixas que as registradas em 2021, o que reduz o uso de aparelhos de ar-condicionado.
Entre os estados, o Maranhão teve a maior alta no ano passado, com variação de 13,5%, seguido por Rondônia (10,4%) e Mato Grosso (6,4%). Além da influência do mercado livre, o fator climático, com temperaturas acima das registradas em 2021, estimulou o consumo no ambiente regulado, com maior uso dos equipamentos de refrigeração. O cenário inverso, com mais chuva e temperaturas mínimas abaixo da média, especialmente no segundo semestre, levou a retração em boa parte do Nordeste, com destaque para Paraíba (-2,2%), Piauí (-4,2%) e Rio Grande do Norte (-4,7%).
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