Consumo de energia elétrica no Estado cai 1,5% em julho

Minas Gerais consumiu, em julho deste ano, 7.345 megawatts médios de energia elétrica, o que representa uma queda de 1,5% na comparação com o mesmo período do exercício anterior. Na época, o consumo registrado no Estado foi de 7.456 MW médios. Os dados fazem parte do Boletim InfoMercado Quinzenal, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Conforme a instituição, o resultado foi puxado pelo recuo de 3,1% no consumo de energia elétrica no ambiente de contratação regulada (ACR). Nesse mercado, em que os consumidores de menor porte contratam seu abastecimento diretamente das distribuidoras, foram consumidos 3.360 MW médios no mês passado, contra 3.468 MW médios em julho de 2022.
Essa redução no segmento regulado, de acordo com a CCEE, teve como principal influenciador os dias razoavelmente mais frios e com menos chuva, cenário que impacta a diminuição do consumo de energia elétrica, uma vez que reduz o uso de equipamento de refrigeração. Isso ocorreu, especialmente, ao redor da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Consumo no setor têxtil cai 14,6% e no transporte sobe 14,4%
No ambiente de contratação livre (ACL), segmento em que a compra e venda de energia elétrica é realizada diretamente entre os consumidores e as geradoras ou comercializadoras, o boletim apurou uma queda de 0,1%. Nesse mercado, o consumo em julho deste ano foi de 3.985 MW médios, enquanto no mesmo intervalo do ano passado, foram consumidos 3.988 MW médios.
Ainda no ambiente livre, que engloba indústrias e grandes empresas, a CCEE monitora o consumo de energia elétrica em 15 setores, dos quais seis tiveram recuos, um apurou estabilidade e oito registraram aumentos. O maior recuo foi visto no setor têxtil (-14,6%), seguido por químicos (-7.2%) e veículos (-3,1%). Já o segmento de transporte teve a principal alta (14,4%), sendo que comércio (5,8%) e serviços (1,3%) também apuraram crescimentos relevantes.
“Em relação aos setores que tiveram demanda menor, a indústria têxtil tem atravessado um período desafiador por conta do mercado internacional, com preços elevados e escassez de matéria-prima, situação que freia o mercado interno. A forte concorrência das importações também é responsável pela baixa produção da indústria química nacional, o que para o Estado resultou em uma queda de 7%”, explicou a instituição por nota.
A queda no ramo de veículos, conforme a CCEE, reflete o momento de desaceleração e de paralisações em fábricas do setor, que chegaram a conceder férias coletivas para os funcionários. A associação ainda explica que o consumo no setor de transportes é muito baixo e qualquer movimentação pontual gera flutuações que se destacam. E ressalta que o comércio e serviços foram impactados positivamente pela queda inflacionária e alta do poder de compra das famílias.
Consumo de energia elétrica no Brasil avança 0,4%
No Brasil, diferentemente de Minas Gerais, houve uma elevação no consumo de energia elétrica. De acordo com os dados, o País consumiu, em julho, 63.322 MW médios, um leve aumento, de 0,4%, com relação ao mesmo período de 2022, quando foram consumidos 63.083 MW médios.
O resultado nacional, segundo a CCEE, foi puxado por uma carga maior de residências e pequenos comércios, influenciada pelo aumento das temperaturas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que levaram a um maior uso de aparelhos de ar-condicionado. Já o cenário inverso derrubou o consumo no mercado regulado no Sudeste, Centro-Oeste e boa parte do Sul.
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