Consumo de gás natural aumenta 39,6%

São Paulo – O consumo de gás natural no Brasil avançou 39,6% em outubro ante o mês anterior, atingindo 72,86 milhões de metros cúbicos por dia, puxado por uma disparada na utilização pelo setor termelétrico, indicou a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) na sexta-feira (18).
Com um consumo de 31,73 milhões de metros cúbicos diários no mês, um crescimento de 129,1% na comparação mensal, a geração elétrica voltou a superar o segmento industrial como maior consumidor de gás natural no país, o que não acontecia desde janeiro.
O Brasil tem passado por um período longo de seca neste ano, o que reduz os volumes dos reservatórios das usinas hidrelétricas e força o acionamento do parque térmico para atendimento à demanda.
“O comportamento desse mês mostra a importância do gás natural para garantir a segurança energética”, disse em nota o presidente-executivo da Abegás, Augusto Salomon, que pediu por “térmicas a gás regionais na base… para garantir mais previsibilidade num plano de retomada de crescimento econômico sustentável.”
Na indústria, o consumo de gás natural teve alta de 2,9% em relação a setembro, para 27,73 milhões de metros cúbicos/dia, enquanto o segmento automotivo apurou aumento de 21,7%, a 6,5 milhões de metros cúbicos ao dia, chegando a superar o volume visto no mesmo mês do ano passado.
No geral, apesar do crescimento significativo ante setembro, o volume comercializado de gás seguiu 6,87% abaixo do verificado em outubro de 2019, segundo a Abegás. Os segmentos automotivo e de matéria-prima foram os únicos que apresentaram alta na comparação anual.
Em ano fortemente impactado pela pandemia de coronavírus, o consumo mensal de gás natural superou igual período do ano anterior somente em janeiro, quando os efeitos da crise sanitária e econômica ainda não atingiam o Brasil.
Para 2021, a Abegás projeta um ano de mais estabilidade no consumo, com melhora nos patamares conforme mais esclarecimentos a respeito do programa de vacinação contra a Covid-19 surgirem.
“A melhora do quadro sanitário é fundamental para firmar uma confiança dos agentes econômicos. O consumo de gás natural é um indicador que reflete o comportamento da economia”, disse Salomon. (Reuters)
Preço do petróleo sobe no mercado mundial
São Paulo – O petróleo terminou a sexta-feira (18) no maior nível em nove meses, engatando a sétima semana consecutiva de ganhos, com investidores focados no avanço de vacinas contra a Covid-19 e na desvalorização do dólar.
A Pfizer solicitou aprovação do Japão para sua vacina, que já está sendo utilizada no Reino Unidos e Estados Unidos. O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, disse que a aprovação do país ao imunizante da Moderna pode ocorrer ainda nesta sexta-feira.
O petróleo Brent fechou em alta de US$ 0,76, ou 1,5%, a US$ 52,26 por barril, após tocar a marca de US$ 52,48, mais alto patamar desde março.
Já o petróleo dos EUA (WTI) avançou US$ 0,74, ou 1,5%, para US$ 49,10 o barril, depois de atingir US$ 49,28, maior nível desde fevereiro.
O dólar registrou uma leve recuperação na sexta-feira, mas permaneceu próximo às mínimas de dois anos e meio vistas na véspera. A divida norte-americana desvalorizada torna o petróleo e outras commodities mais baratas para compradores que possuem outras moedas.
A queda semanal do dólar “é um movimento significativo para baixo, e está empurrando o complexo petróleo para cima”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York.
Leilão – A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou as participações acordadas entre a estatal Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) e a Petrobras sobre os volumes excedentes das áreas de Atapu e Sépia, o que reduz incertezas para um leilão previsto para o terceiro trimestre de 2021.
Uma portaria do Ministério de Minas e Energia havia qualificado a PPSA como representante da União para avaliar os volumes excedentes ao contrato da cessão onerosa nas áreas de Atapu e Sépia.
Isso para permitir a negociação com a Petrobras sobre essa avaliação e sobre o cálculo dos valores de compensação a ser pago à estatal, por investimentos já feitos na área.
Sépia e Atapu integram o contrato da cessão onerosa feito no passado com o governo, que deu direito de a Petrobras explorar 5 bilhões de barris de petróleo equivalente. Mas as jazidas da área extrapolam este volume, e por isso a União busca leiloar o volume adicional.
Um acerto sobre os valores da compensação à Petrobras se fez necessário após investidores manifestarem no ano passado, após leilão de excedentes da cessão onerosa, preocupações sobre a falta de clareza relacionada ao montante que teria de ser pago a Petrobras.
Os dois blocos, no pré-sal da Bacia de Santos, chegaram a ser oferecidos a investidores em novembro de 2019, mas não receberam propostas, diante das incertezas.
Questionada nesta sexta-feira, a PPSA disse que os valores relacionados ao acordo aprovado pela ANP não serão divulgados por ora.
A consultoria Wood Mackenzie estimou em relatório no ano passado que o pagamento dessas compensações à Petrobras, a chamada co-participação, poderia somar 2,7 bilhões de dólares em Sépia e 2,88 bilhões de dólares em Atapu.
“As participações aprovadas pela ANP poderão ser utilizadas como parâmetros técnicos da 2ª Rodada de Licitação de Partilha de Produção do Excedente da Cessão Onerosa das Jazidas de Atapu e Sépia”, disse a agência reguladora em nota.
A ANP disse que foram analisados o conteúdo técnico apresentado, a consistência dos dados utilizados, o fluxo de trabalho executado, as premissas da proposta de estratégia de desenvolvimento global das jazidas e os modelos de simulação de fluxo utilizados.
“Destaca-se que todas as análises técnicas que subsidiaram a deliberação da ANP serão encaminhadas ao Ministério de Minas e Energia, conforme determinado pela Portaria MME nº 23/2020”, acrescentou a agência. (Reuters)
ONS prevê alta de 5,1% na demanda
São Paulo – O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) projetou na sexta-feira (18) que a demanda por energia no sistema interligado do Brasil deve avançar 5,1% em dezembro ante mesmo mês do ano passado, aumentando a expectativa ante a projeção da semana anterior, de alta de 4%.
O aumento da demanda mostra retomada da atividades após “lockdowns” pela Covid-19 que fizeram a carga de energia desabar 12% em abril, quando governos estaduais e prefeituras decretaram quarentenas para conter a disseminação do vírus.
A demanda por energia deve saltar 7,3% em dezembro no Sudeste, ante previsão da semana passada de aumento de 5,9% na comparação anual. No Norte, a expectativa de alta foi reduzida para 3,9%, ante 6,2%.
No Nordeste, o ONS vê alta de 0,5% da carga em dezembro, enquanto no Sul prevê aumento de 2,8% ante o mesmo mês do ano passado, versus previsão de estabilidade na semana anterior.
As chuvas na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, devem ser equivalentes a 61% e 51% da média histórica para o mês no Sudeste e no Nordeste, respectivamente, que concentram os maiores reservatórios, segundo o ONS, que viu uma ligeira melhora nas precipitações ao norte do país.
As projeções para o Sudeste foram mantidas ante a semana anterior. No Sul, o ONS aumentou a previsão de precipitações para 98% da média (ante 92%). (Reuters)
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