Consumo em Minas deve somar R$ 682 bi

O consumo da população de Minas Gerais neste ano deve chegar a R$ 682 bilhões, segundo pesquisa IPC Maps 2023, especializada há quase 30 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, baseada em fontes oficiais. O Estado só perde para São Paulo (R$ 1,855 trilhão).
No País, com base na expectativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,2%, as famílias brasileiras deverão gastar cerca de R$ 6,7 trilhões ao longo deste ano, o que representa um aumento real de 1,5% em relação a 2022. O desempenho dos 50 maiores municípios equivale a R$ 2,654 trilhões, ou 39,5% de tudo o que será consumido em território nacional.
O sócio da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, Marcos Pazzini, explica que o potencial de consumo dos 853 municípios de Minas Gerais deve subir de 10,04% do Brasil, que foi a participação 2022, para 10,14% em 2023, ou seja, um crescimento real de 0,93%, o que deve representar mais R$ 6,3 bilhões no bolso da população no Estado.
Para ele, o cenário mineiro é bem positivo e mostra que o Estado deve crescer acima da média nacional. “Isso aconteceu porque houve um crescimento dos domicílios de rendas mais altas, com a classe A crescendo próximo de 7% e B, 7,4%. E classes C, D e E migraram para as classes superiores”, explica.
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Os moradores das cidades de Minas Gerais devem gastar R$ 624,9 bilhões neste ano, enquanto a população da zona rural, R$ 57 bilhões. Conforme a pesquisa, os maiores gastos da população mineira serão com habitação (R$ 144 bilhões), seguido por veículo próprio (R$ 73,3 bilhões), alimentação no domicílio (R$ 56 bilhões).
Pazzini afirma que a movimentação no País ainda é baixa na comparação ao incremento de 4,3% verificado no ano passado, quando a economia se reergueu dos reflexos negativos da pandemia, somado aos repasses de valores significativos, por meio de programas sociais à população mais carente. “As benesses do então governo federal deixaram um saldo negativo ao atual, que não tem condições financeiras, pelo menos por enquanto, de puxar o progresso econômico por meio do consumo das famílias, principalmente aquelas de baixa renda”, avalia.
Com relação aos hábitos de consumo, esta edição da IPC Maps confirma a elevada despesa com veículo próprio, superando diversos setores, inclusive o de alimentação e bebidas no domicílio, em função, sobretudo, da crescente demanda por transportes via aplicativos e deliverys, tanto pelo consumidor quanto pelos trabalhadores.
O trabalho mostra, ainda, uma ligeira alta na participação das 27 capitais no mercado consumidor (de 29,07% para 29,08%), após anos de quedas consecutivas.
Outro destaque foi verificado na região Sul do País que, devido ao processo de migração social positiva, com uma quantidade maior de domicílios nas classes mais altas, recupera sua tradicional vice-liderança e ultrapassa o Nordeste no ranking de consumo entre as regiões brasileiras.
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