Consumo em Minas Gerais deve somar R$ 753,6 bi em 2024

O consumo da população de Minas Gerais deve chegar à casa dos R$ 753,6 bilhões neste ano, o que indica um aumento nominal de 10,5% em comparação a 2023, conforme a pesquisa IPC Maps 2024. A estimativa de gastos das famílias mineiras representa 10,3% do total nacional.
O sócio da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, Marcos Pazzini, explica que o levantamento considera a variação da quantidade de domicílios por classe econômica. Logo, o crescimento do potencial de consumo pode ser atribuído a elevação do número de residências no Estado, especialmente das classes sociais mais altas e que, portanto, dispõem de maior poder aquisitivo para consumir. Na classe A, têm 5.112 residências a mais, enquanto na B, 53.486.
“As classes C, D e E também apresentaram crescimento dos domicílios e, quantitativamente, até maiores do que as classes A e B, mas o impacto é menor devido ao valor por domicílio”, pondera.
Pazzini ressalta que as condições de consumo são maiores ou menores conforme o número de empresas existentes e a pesquisa observou um aumento significativo na quantidade de CNPJs em Minas Gerais, o que também justifica a ampliação da projeção de gastos familiares. Entre abril do exercício passado e igual intervalo de 2024, foram abertas 189.161 unidades empresariais no Estado, alta de 8,2% – percentual superior ao da média nacional para o período, de 8,1%.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“Quem mais cresceu foi o setor de serviços, com 141.120 novas empresas, ou 10,7% a mais em relação ao ano passado. É um desempenho interessante e que, com certeza, vai continuar puxando esse crescimento do potencial de consumo do Estado acima da média de outros estados”, realça.
Gastos com veículo próprio estão entre as maiores despesas projetadas
O IPC Maps aponta que a principal despesa das famílias mineiras neste ano será com habitação, totalizando R$ 159,9 bilhões. Veículo próprio, R$ 81,2 bilhões, alimentação no domicílio, R$ 62,1 bilhões, alimentação fora do domicílio, R$ 42,4 bilhões, e materiais de construção, R$ 28,6 bilhões, também representarão grande parte dos gastos familiares no período, segundo a pesquisa.
Conforme o responsável pelo estudo, não houve mudança no comportamento de consumo entre 2023 e 2024. O que ocorreu, de acordo com Pazzini, foi o que já vinha acontecendo desde a crise sanitária da Covid-19: a elevação dos gastos com automóveis dentro do orçamento familiar, refletindo o crescimento do número de trabalhadores em aplicativos de mobilidade e de delivery.
Capital perde participação no cenário nacional, enquanto municípios do interior ganham
Os gastos da população de Belo Horizonte devem atingir R$ 115,7 bilhões em 2024, segundo o IPC Maps. O potencial de consumo da Capital é o maior dentre os 50 maiores municípios de Minas Gerais e simboliza uma elevação nominal de 5,4% frente ao exercício anterior. Apesar disso, o responsável pela pesquisa salienta que a participação belo-horizontina em relação ao total nacional caiu de 1,63% para 1,58% – algo que também aconteceu em outras capitais.
De acordo com o sócio da IPC Marketing Editora, essa queda na participação da capital mineira foi ocasionada, sobretudo, pelo home office. Para exemplificar, ele ressalta que Belo Horizonte teve um crescimento de 5,9% na quantidade de empresas entre um ano e outro, bem abaixo do observado no Estado e no Brasil. Segundo Pazzini, quem se beneficiou com isso foi o interior.
“Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre perderam participação nacional e o interior, nos últimos anos, vem ganhando. Está efetivamente havendo uma interiorização do consumo, com empresas e pessoas procurando menores custos e melhores condições de vida”, destaca.
Confira as cidades de Minas Gerais com os maiores potenciais de consumo
(1º) Belo Horizonte: R$ 115,7 bilhões
(2º) Uberlândia: R$ 34,2 bilhões
(3º) Contagem: R$ 28,5 bilhões
(4º) Juiz de Fora: R$ 26,1 bilhões
(5º) Betim: R$ 16 bilhões
Fonte: IPC Maps 2024
Ouça a rádio de Minas