Economia

Consumo nos supermercados cresce 7,83%

Desempenho entre janeiro e julho em Minas Gerais ficou acima das expectativas do setor, aponta a Amis
Consumo nos supermercados cresce 7,83%
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O consumo nos supermercados em Minas Gerais cresceu 7,83% no acumulado entre janeiro e julho deste ano. A informação é do Índice de Consumo dos Lares Mineiros, pesquisa divulgada ontem pela Associação Mineira de Supermercados (Amis). 

“Esse desempenho foi bem maior do que a expectativa que tínhamos para o período”, conta o presidente da entidade, Antônio Claret Nametala.

O desempenho positivo na demanda sobre o ano passado, tanto na comparação mensal quanto no acumulado, é reflexo da recuperação econômica. Conforme afirma o presidente da Amis, a redução do desemprego é um sinal deste impacto. Somente no segundo trimestre deste ano, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua do IBGE alcançou 9,3% no País, frente aos 14,2% registrados no mesmo período em 2021.

“Nesse período nós tivemos a geração de dinheiro novo ao consumidor. Isso acontece com a liberação do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a antecipação de parte do décimo terceiro salário aos consumidores aposentados e os auxílios pagos em programas sociais”, conta Claret.

Ele explica que esses recursos representam o acesso ao consumo para muitas famílias, especialmente, de itens da alimentação base dos mineiros. Com isso, o desempenho do setor supermercadista mineiro tem sido superior ao setor nacional. Em números, essa representação é de 7,84% contra 2,20% da média no País.

No comparativo de julho de 2022 com o mesmo período do ano passado, a variação do consumo se fixou em 7,79%. Já em relação ao consumo especificamente no mês de julho em comparação com o mês de junho deste ano, a variação foi de 5,55%.

Claret explica que o resultado foi bastante impactado pela estrutura de datas do calendário. “Em relação a essa variação de 5,55% de junho com julho, podemos perceber que os supermercados contaram com cinco finais de semanas cheios. Nos fins de semanas são os dias em que o consumidor vai mais às compras”, pontua.

“Dessa forma, tivemos então 31 dias contra 30. Isso representa uma base baixa de 0,02% em junho, um fator importante para chegarmos a este resultado. Outro ponto em consideração é que em junho também tivemos o feriado de Corpus Christi”, avalia Claret Nametala.

Regiões

Analisando a variação regional do Índice de Consumo no acumulado até julho, verifica-se melhor desempenho na região Sul com 10,92%. A explicação está em dois fatores principais: a base baixa de comparação do ano passado, e o aquecimento da economia de forma geral na região motivada pela colheita do café. Esta é uma atividade que ainda exerce forte influência na geração de renda em muitos municípios, aponta a pesquisa.

O Centro-Oeste mineiro teve aumento de 9,95% no acumulado do ano. As regiões Norte e Noroeste registram crescimento de 9,81%. Já as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba tiveram alta de 8,26%. Na mesma base de comparação, a Zona Mata teve um crescimento de 6,97%, enquanto a região Central avançou 6,74%. 

Com o menor desempenho, as regiões do Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha tiveram aumento de 5,83%.

A Amis enfatiza que todos os números apresentados pelo estudo estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Cuidado x inflação

Hoje, para entender quais são os efeitos de uma inflação, basta uma visita aos supermercados em qualquer lugar do mundo. Afinal, a realidade inflacionária não se restringe somente aos estabelecimentos mineiros ou a nível nacional. Claret conta que são necessárias estratégias cada vez mais preocupantes com o cenário inflacionário para não repassar os preços ao consumidor.

“A atenção é muito gigante aos custos. Somos um mercado muito competitivo. No caso da inflação, vemos que este é um fenômeno mundial, e mais prejudicial ainda por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia que tem emitido reflexos na economia. Todos nós sofremos com os preços altos. A nossa esperança é que isso termine logo”.

Os consumidores, assim como os estabelecimentos supermercadistas, foram bastante impactados também pelo aumento dos custos do petróleo. De acordo com o presidente executivo da Amis, esse impacto tem sido forte para as operações supermercadistas desde o pequeno empresário às grandes redes. “O Brasil é extremamente rodoviário. O custo de transporte e de logística atinge o setor em que o preço impacta negativamente nos negócios”.

Expectativas 

As previsões para esta reta de fim de ano são bem otimistas. A Associação Mineira de Supermercados destaca que o setor gerou durante o primeiro semestre de 2022 aproximadamente 2.900 empregos. A expectativa é encerrar o ano com 10 mil postos de trabalhos gerados. As vagas são provenientes somente do cenário de expansão das empresas supermercadistas. Antes mesmo da Copa do Mundo e das festas de fim de ano, o setor pretende contar com 87 inaugurações em território mineiro.  

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