Contas externas do País encerram agosto com déficit de US$ 717 milhões

Brasília – As contas externas brasileiras apresentaram resultado negativo em agosto. O déficit em transações correntes, que são compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações, chegou a US$ 717 milhões, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). O resultado do mês passado superou o déficit registrado em agosto de 2017, de US$ 320 milhões.
Nos oito meses do ano, o desempenho negativo chegou a US$ 8,901 bilhões, contra US$ 3,168 bilhões em igual período de 2017.
No mês passado, o superávit comercial contribuiu para reduzir o resultado negativo das contas externas, ao chegar a US$ 3,356 bilhões, mas ficou abaixo do saldo registrado em agosto de 2017 (US$ 5,330 bilhões). No acumulado do ano até agosto, o superávit comercial chegou a US$ 34,735 bilhões, ante US$ 46,306 bilhões em igual período de 2017.
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o principal fator determinante do crescimento no déficit em transações correntes é o superávit comercial menor. “A razão para isso é o crescimento das importações, com impacto do Repetro (regime especial que suspende os tributos cobrados sobre bens destinados a atividades de exploração de petróleo e gás natural)”, disse.
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Rocha explicou que, com o novo Repetro em vigor, as empresas não são mais beneficiadas com a exportação de plataformas de petróleo. “Em função disso, algumas plataformas feitas anteriormente estão sendo importadas”. Em agosto, as exportações de plataformas chegaram a US$ 1,3 bilhão e as importações a US$ 2,1 bilhões.
Ele também citou que as importações estão crescendo devido à retomada da economia. “Nos anos de recessão, as importações reduziram muito e agora está tendo uma recuperação”.
A conta renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários)ficou negativa em US$ 1,607 bilhão no mês, e em US$ 22,980 bilhões no ano.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 267 milhões no mês e de US$ 1,692 bilhão nos oito meses do ano.
A conta de serviços (viagens internacionais, transporte, entre outros) anotou saldo negativo de US$ 2,733 bilhões em agosto e de US$ 22,349 bilhões nos oito meses do ano.
IDP – Em agosto, os investimentos diretos no país (IDP) chegaram a US$ 10,607 bilhões e, nos oito meses do ano, ficaram em US$ 44,379 bilhões. Esses resultados foram mais que suficientes para cobrir o déficit em transações correntes. (ABr)
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