Contração do setor de serviços do Brasil se intensifica em setembro por demanda fraca, mostra PMI

A atividade de serviços do Brasil contraiu pelo sexto mês seguido em setembro e a um ritmo mais intenso do que em agosto, embora as taxas de inflação de insumos e de preços cobrados tenham mostrado algum alívio, apontou uma pesquisa da S&P Global nesta sexta-feira.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços caiu a 46,3 em setembro, de 49,3 no mês anterior, igualando a leitura de julho que havia sido a mais fraca em quase quatro anos e meio. A marca de 50 separa crescimento de contração.
“Os dados do PMI de setembro trouxeram notícias preocupantes sobre a atividade do setor de serviços, que caiu em um dos ritmos mais acentuados desde o início de 2021”, destacou em nota a diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.
Os participantes da pesquisa citaram a queda de novos trabalhos pelo sexto mês seguido como motivo para a retração do setor, ainda que o recuo tenha sido modesto e o mais fraco desde junho.
Em meio a dificuldades com a demanda, o ritmo de inflação dos preços cobrados pelos fornecedores de serviços atingiu o menor nível em três meses.
A taxa de inflação de custos permaneceu elevada, mas diminuiu para o menor nível em 10 meses, com preços mais baixos de café, ovos, carne, cebola e batatas. No entanto, foi citado que acordos sindicais e ajustes em planos de saúde, além do aumento nos preços dos materiais, elevaram os custos.
Ainda assim, o otimismo em relação aos próximos 12 meses se sustentou, o que contribuiu para uma leve expansão do emprego.
“Os prestadores de serviços brasileiros estão encontrando pequenos motivos para ter esperança, mesmo enquanto enfrentam águas turbulentas na economia, como evidenciado pela confiança empresarial positiva e pela geração de empregos”, disse De Lima.
Pela primeira vez em três meses, o emprego no setor de serviços aumentou em setembro, ainda que de forma marginal, com as empresas que contrataram citando reajustes de equipes e expansão dos departamentos de vendas.
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A confiança permaneceu positiva no mês, mas com avaliações divergentes, mostrou a pesquisa. Alguns fornecedores de serviços preveem crescimento da produção no ano à frente diante de expectativas de recuperação da demanda e de pressões inflacionárias mais fracas.
Outros mostraram-se pessimistas devido a questões financeiras, desafios políticos e taxas de juros elevadas. O nível geral de confiança caiu ante agosto e ficou abaixo da média de longo prazo.
Com o recuo na produção também do setor industrial, o PMI Composto do Brasil caiu a 46,0 em setembro, de 48,8 em agosto, marcando a contração mais intensa em quase quatro anos e meio.
(Conteúdo distribuído por Reuters)
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