Convênio vai potencializar setor ferroviário no Estado

Com o objetivo de fomentar pesquisas e o desenvolvimento tecnológico voltados ao aprimoramento do setor de ferrovias, o Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário de Minas Gerais (NDF), constituído por 13 instituições de ensino do Estado, assinou um Memorando de Entendimentos (MOU) com o Birmingham Centre of Railway Research and Education (BCRRE), na tradução, Centro de Pesquisa e Educação Ferroviária de Birmingham, da Universidade de Birmingham, do Reino Unido. 

A assinatura foi realizada ontem, na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). A solenidade reuniu representantes das instituições parceiras no projeto: Fapemig;  secretarias estaduais de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) e de Desenvolvimento Econômico (Sede); Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG). O Reino Unido foi representado pelo Consulado Britânico em Belo Horizonte e pelo diretor do BCRRE.

O convênio assinado em Minas Gerais permitirá a troca de conhecimento tecnológico e acadêmico, além do intercâmbio de estudantes e pesquisadores entre as universidades. “O intuito é agregar conhecimento para o setor ferroviário. A Inglaterra é pioneira no quesito das ferrovias e temos muito conhecimento para compartilhar”, diz o coordenador do NDF, Julio Cesar Costa Campos, que também é professor da Universidade Federal de Viçosa.

Campos ressalta ainda que o importante ganho da parceria firmada com a Universidade de Birmingham é a possibilidade de capacitação de pesquisadores para desenvolver estudos sobre o setor metroferroviário. “Hoje, no Estado, possuímos apenas um curso de Engenharia Ferroviária. Esse acordo abre caminho para pensarmos em novos cursos de graduação e pós-graduação e ampliar ainda mais este conhecimento por aqui”, diz

O acordo, além de permitir a troca de experiências, pode atrair mais investimento para o setor. A superintendente de Transporte Ferroviário da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Vânia Silveira Cardoso, explica que o Estado possui quatro das maiores concessionárias de ferrovias do país atuando por aqui e no processo de concessão foi acordado que elas precisam investir em desenvolvimento tecnológico no setor. “Então, queremos atrair esses investimentos para nosso Estado. Além de termos a maior malha ferroviária do país, temos as duas únicas fábricas de locomotivas da América Latina sediadas aqui (LMD Locomotivas, em Sete Lagoas e a Wabtec Corporation – antiga GE Transportation, em Contagem). Temos um cenário propício para fomentar a área, a educação e os investimentos no setor ”, explica. 

Cenário ferroviário

 Com uma malha ferroviária de aproximadamente 5 mil quilômetros, que atravessa cerca de 180 municípios mineiros, Minas Gerais é o primeiro estado do país em extensão de ferrovias e é responsável por cerca de 16,3% de toda rede nacional de ferrovias.

O transporte ferroviário tem o importante papel de transportar quantidades em altas toneladas a longas distâncias. É responsável, principalmente, por abastecer os portos nacionais contribuindo para a exportação, fazendo a ligação da produção para o escoamento de setores como: a mineração, a atividade agropecuária e a cadeia de combustíveis.

Dados da Confederação Nacional dos Transportes mostram que, em 2021,  a produção ferroviária nacional alcançou 506,80 milhões de toneladas-úteis. Do total transportado naquele ano, 372,81 milhões (73,5%) foram de minério de ferro,  o que mostra a importância do estado de Minas Gerais no cenário. 

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