Cooperativismo é a ‘terceira economia’, diz CEO de fórum do setor realizado em BH

Terceira economia, capaz de unir as qualidades do capitalismo e do socialismo. É assim que o idealizador e CEO do World Coop Management 2025 (WCM’25), Luiz Branco, define o cooperativismo. O fórum de liderança e estratégia da prática cooperada teve início nessa segunda-feira (22) no Minascentro, em Belo Horizonte, e se encerra nesta terça-feira (23).
“É uma das economias mais viáveis do mundo, desde 1844, quando nasceu na cidade de Rochdale, no interior da Inglaterra, vem evoluindo com os mesmos princípios, como um processo de doutrina muito forte”, afirmou Branco em entrevista ao Diário do Comércio.
Segundo ele, o cooperativismo se fortalece a cada ano porque une pessoas em torno de um propósito coletivo, ao mesmo tempo em que garante melhores condições econômicas. “Em vez de simplesmente vender uma uva, o agricultor pode levar para uma cooperativa, que vai transformar em vinho. Assim, ele rentabiliza melhor a produção e agrega valor ao cultivo”, exemplificou.
Neste avanço do cooperativismo pelos séculos, Branco defende que as cooperativas e os cooperados sigam se preparando para o que ele chama de uma nova era de possibilidades e ganhos exponenciais em que há espaço para a inclusão das novas tecnologias como a Inteligência Artificial – um dos temas mais debatidos nesta edição do WCM.
“Vivemos uma era exponencial, de muita rapidez e propósito, com um público muito exigente. É preciso preparar o líder exponencial para que as cooperativas, enquanto empresas, consigam acompanhar essa evolução. Então, estamos falando de aproximar pessoas, inovação e propósito para dar mais força ao movimento”, ressaltou.
Por fim, o idealizador e CEO do World Coop Management destacou que o cooperativismo cresce a cada ano, impulsionado também por iniciativas como o SomosCoop. Criado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o movimento busca ampliar a visibilidade dos produtos e serviços cooperativos em todo o País.
Para isso, uma das estratégias inclui o selo SomosCoop, estampado em embalagens e comunicações, que facilita a identificação pelo consumidor e estimula a valorização do modelo cooperativista. “Pelo selo, as pessoas sabem que é um produto de excelente qualidade”, encerrou Branco.
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A história do cooperativismo
O cooperativismo nasceu em 1844, em Rochdale, na região de Manchester, na Inglaterra. Naquele período, conforme a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Revolução Industrial havia precarizado a vida dos trabalhadores, que recebiam salários baixos e tinham dificuldades até para comprar alimentos básicos.
Para enfrentar essa realidade, 28 pessoas se uniram em uma ideia: comprar produtos em grandes quantidades, conseguindo preços melhores, e dividi-los de forma justa entre todos os associados – tudo feito com base na honestidade, solidariedade e transparência.
No Brasil, a primeira cooperativa surgiu em 1889, em Ouro Preto, voltada ao consumo de produtos agrícolas. Em 1902, foi criada a primeira cooperativa de crédito do País no Rio Grande do Sul.
O modelo foi consolidado a partir de 1969, com a criação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), seguida pela Lei 5.764/71 e, mais tarde, pela Constituição de 1988, que assegurou a autogestão das cooperativas.
World Coop Management 2025 (WCM’25)
Com cerca de 25,8 milhões de cooperados no Brasil, o que representa 12,14% da população brasileira, e R$ 757,9 bilhões em movimentação financeira no último ano no País, o cooperativismo consolida sua importância para a economia e para a sociedade.
Neste contexto, Belo Horizonte sedia o fórum de liderança e estratégia do cooperativismo World Coop Management 2025 (WCM’25), que teve início nessa segunda-feira (22) e será encerrado nesta terça-feira (23).
No encontro, que é realizado no Minascentro (avenida Augusto de Lima, 785 – Centro), ocorrem palestras, painéis e participação de lideranças globais do setor. O objetivo é discutir inovação, estratégia e o impacto da inteligência artificial no cooperativismo.
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