Economia

Copasa planeja investir R$ 16,9 bilhões até 2029

Aportes previstos pela companhia mineira representam um aumento de 70% em relação ao plano anterior
Copasa planeja investir R$ 16,9 bilhões até 2029
Foto: Divulgação Copasa

O novo plano de investimentos aprovado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), com previsão de aportes de R$ 16,9 bilhões entre 2025 e 2029, é cerca de 70% superior ao plano anterior, projetado para o ciclo 2024-2028. O presidente da companhia, Guilherme Duarte, explica que a estatal se reestruturou internamente para conseguir investir acima do seu patamar histórico, sem afetar sua política de distribuição de dividendos.

Com foco principalmente na cobertura para coleta e tratamento de esgoto, a projeção da estatal é que, a partir de 2026, os investimentos anuais estejam sempre acima de R$ 3 bilhões até 2032. O plano visa o cumprimento das metas do novo Marco do Saneamento, estabelecidas até 2033.

A Copasa fechará o ano com recorde de investimentos. A companhia deve superar os R$ 2 bilhões em aportes em 2024. No próximo ano, a estatal deverá investir R$ 2,54 bilhões. Os recordes sucessivos no investimento diferem do histórico da empresa, que não conseguia realizar aportes tão vultosos no passado, por dificuldades operacionais e de planejamento.

A reestruturação solucionou gargalos internos que possibilitaram a estatal poder dar um salto nos aportes, explica Duarte. “O trabalho que estamos fazendo há cerca de dois anos trouxe uma capacidade operacional, de fato, de realizar investimento em um volume maior e poder dar uma sinalização muito positiva de cumprimento do novo Marco de Saneamento”.

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Ele afirma que, nas projeções de investimentos futuros, a estatal verificou que conseguirá realizar os aportes recordes, enquanto mantém sua política atual de distribuição de dividendos. A Copasa distribui aos seus acionistas 50% do lucro líquido.

No terceiro trimestre de 2024, a companhia de saneamento obteve lucro líquido de R$ 368,3 milhões, 9,3% superior ao resultado do mesmo período do ano anterior. “Como a Copasa tem um endividamento muito baixo e uma capacidade de geração de caixa muito robusta, não há prejuízo na manutenção de distribuição de dividendos em relação à realização do Capex previsto”, disse Guilherme Duarte.

Em sua reestruturação interna, a Copasa revisou o regulamento de contratações, para poder dar mais agilidade ao processo e, por consequência, iniciar obras mais rapidamente. A companhia também focou nos quesitos chamados de “pré-obra”, como regularização fundiária e ambiental, e no licenciamento municipal.

Além disso, o presidente da empresa revela uma aceleração no investimento em projetos de engenharia. Em outros tempos, a Copasa investia até R$ 6 milhões na área, o que gerava um número pequeno de novas obras. “Esse ano a gente já está fechando muito próximo de R$ 30 a R$ 40 milhões de investimento em projetos de engenharia, e a tendência é que o volume de recursos destinados à projetos aumente cada vez mais”, disse.

Investimentos da Copasa visam reduzir perda de água na RMBH

Do plano de investimentos recém-aprovado, cerca de R$ 1,2 bilhão será destinado para a realização de obras que visam reduzir a perda de água durante o abastecimento, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A região é responsável pelo maior volume de perda de água nas operações da empresa, em torno de 40%.

Com o investimento bilionário, a estatal espera reduzir este indicador para o patamar de 25% nos próximos anos. A expectativa é mais uma meta estabelecida no Marco do Saneamento. A maior parte da perda de água da empresa, cerca de 60% dos casos, explica Guilherme Duarte, está relacionada a vazamento.

O restante é fruto da “perda comercial”, gerada com as instalações clandestinas em áreas pouco urbanizadas, como acontece no assentamento Rosa Leão, na Região Izidora, no norte de Belo Horizonte. Perda esta que está no radar da Copasa, afirma o presidente da estatal.

“A gente começou, na semana passada, as ligações da primeira ocupação do Rosa Leão, que deve ter 1,2 mil ligações, devem ser de 4 a 5 mil pessoas, que passarão a ser ligadas formalmente à rede da Copasa. Esses consumidores, até então, computavam como perda para a companhia, porque não eram faturados”, finaliza Duarte.

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