Copasa faz manobra para reabastecer bacia do Rio das Velhas

O longo período de estiagem em Minas Gerais segue afetando múltiplos setores e pode comprometer o abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Para atenuar esses efeitos, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) solicitou a ativação de um trabalho de manobra para reabastecer a bacia do rio das Velhas.
Iniciada em 20 de agosto, a ação ocorre nas lagoas do Miguelão, das Codornas e dos Ingleses, localizadas em Nova Lima (RMBH) e tem a parceria do Grupo de Controle de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão). O acesso ao local foi viabilizado após uma solicitação à AngloGold Ashanti, proprietária da área onde estão as reservas hídricas.
Durante a manobra, haverá o deságue das lagoas nos dois córregos que alimentam o rio do Peixe, afluente do rio das Velhas, localizado entre os municípios de Nova Lima, Itabirito e Rio Acima. A utilização da água das lagoas, de acordo com o superintendente da Unidade de Negócio Metropolitana da Copasa, Ronaldo Serpa, permitirá um maior aumento da vazão da bacia do rio das Velhas até o fim do período de estiagem.
Ele acrescenta que a Copasa segue apoiando o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e o Comitê do Rio das Velhas a partir do monitoramento sistemático e ininterrupto do nível do rio.
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Plano de manobras foi implementado após forte onda de calor em 2023
Com relação aos impactos a partir da iniciativa, a gerente de Macrooperação de Água da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Núbia Nolli, considera que o abastecimento não sofrerá nenhuma alteração para a população. Hoje, o Sistema Paraopeba, que integra o Sistema Rio das Velhas e reúne as represas Rio Manso, em Brumadinho, Serra Azul, em Juatuba, e Várzea das Flores, entre Contagem e Betim, guarda 62% do respectivo volume útil.
O atual volume, segundo ela, já seria suficiente para garantir o abastecimento na RMBH, atendida por esse sistema. Em razão disso, a medida é tratada como uma das ações da companhia para combater eventuais desabastecimentos.
De acordo com a Copasa, as ações se intesificaram após uma onda de calor que impactou o sistema hídrico do Estado em novembro do ano passado, incluindo na bacia do rio das Velhas. Desde então, a companhia destaca que segue com um plano de manobras no sistema integrado.
O projeto consiste na operação de fontes de produção complementares. Durante a implantação, é realizada a instalação e substituição de ventosas, além da inserção de equipamentos para eliminação do ar nas redes de água, redimensionamento de bombas, ativação de reservatórios, entre outros processos técnicos.
Além disso, segundo a companhia, fontes alternativas de captação foram utilizadas através da reativação de poços em municípios mais distantes da RMBH. A estratégia teria incrementado a capacidade de produção de água em locais na ponta do sistema.
Novo reservatório pode ampliar captação do rio das Velhas
Com as ondas de calor e estiagens cada vez mais frequentes, a companhia projeta a construção de um novo reservatório de água na bacia do rio das Velhas. O objetivo é que uma maior quantidade de água seja armazenada durante o período chuvoso para que o recurso não esteja escasso durante a seca.
A estrutura, segundo o gestor de empreendimentos de grande porte da companhia, Sérgio Neves Pacheco, está em fase de estudos e ainda não há previsão para início das obras. Em complemento às iniciativas, a companhia também reforça a importância de repensar os hábitos de consumo de água e combater ligações clandestinas.
*Correção: Por erro da assessoria de imprensa da companhia, a reportagem informou incorretamente sobre a implementação de um sistema de controle de vazão do Rio das Velhas, o que não ocorreu. A informação foi corrigida às 10h09 de 26.09.2024.
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