Copasa investe em ações para mitigar impactos da onda de calor

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) elaborou um pacote de medidas de curto, médio e longo prazos para mitigar o desabastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Municípios mais distantes dos reservatórios da empresa na Grande BH, como Santa Luzia, Ribeirão das Neves e Pedro Leopoldo, que sofreram com a falta de água na segunda quinzena de novembro em meio a uma intensa onda de calor, serão contemplados.
As temperaturas recordes resultaram em um consumo histórico de água na RMBH. Segundo a estatal, a população da região consumiu, em média, 18,5 mil litros por segundo na semana mais crítica do mês passado, volume 23% superior ao que geralmente é consumido, de 15 mil litros por segundo. A excessiva demanda, além das ligações irregulares, fez com que o sistema integrado da companhia, não se recuperasse de forma eficaz a garantir o abastecimento para alguns bairros.
Conforme o gestor de empreendimento de grande porte da Copasa, Sérgio Neves, o primeiro passo da empresa foi mapear as áreas mais impactadas. A partir desse diagnóstico, medidas foram realizadas em caráter imediato, mais algumas estão em andamento para serem executadas neste mês, de modo a se preparar para a nova onda de calor prevista para atingir o Estado, e outras serão realizadas no decorrer do tempo até agosto de 2024, se antevendo ao novo período seco.
A iniciativa que deu início ao plano de ações, ainda em novembro, foi o aumento de cerca de 10% da capacidade de produção de água no sistema do rio das Velhas. Para dezembro, a estatal está propondo medidas de impacto operacional como manobras regionalizadas, utilização de fontes produtivas complementares e redimensionamento de bombas. “Também faremos uma reativação de poços, principalmente, do Vetor Norte, para reforçar o abastecimento”, disse Neves.
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Nos próximos dias, a Copasa vai estruturar ainda um comitê de crise para atuar na prevenção e combate ao desabastecimento. Segundo o gestor, a intenção é, justamente, identificar e tomar ações que sejam imediatas, além de construir uma comunicação mais efetiva com a população.
Medidas para enfrentar futura onda de calor
Para o ano que vem, a estatal está prevendo mais de 40 ações, incluindo obras, que permitirão uma resiliência para que a companhia enfrente uma futura onda de calor com condições de atender toda a população de maneira eficiente, conforme Neves. Ele diz que essas intervenções compõem um plano de investimentos da empresa para 2024, de R$ 1,6 bilhão, visando garantir tanto o abastecimento de água quanto a universalização dos serviços de esgotamento sanitário.
Capacidade da Copasa garante o abastecimento, mas efeitos climáticos extremos prejudicam
De acordo com o gestor, a capacidade que a Copasa dispõe é capaz de garantir o abastecimento de água da população, entretanto, a variação extrema de temperatura, como ocorreu nas últimas semanas, alcançando 40º em alguns locais, prejudicam o serviço por elevar a demanda de forma atípica. Neves enfatiza que a Grande BH nunca teve um consumo como o registrado no período.
Com relação a 2024, ele destaca que o volume de água disponível nos reservatórios do sistema Paraopeba, de 69% neste momento, ainda é satisfatório. Da mesma forma, a atual vazão de 24 metros por segundo do rio das Velhas é suficiente, no entanto, é preciso prestar atenção nesse sistema específico, visto que sua captação é feita a fio d’água, sem barramento.
Ainda conforme o gestor, é necessário também ficar atento aos efeitos climáticos. “Estamos vivenciando um momento realmente diferenciado não só no Brasil como no mundo todo. Então estamos acompanhando plenamente a evolução dessa condição climática até mesmo para ter ações a tempo, seja um aumento da nossa capacidade ou um plano de manobra, por exemplo.”
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