Copasa investirá R$ 1,1 bilhão para ampliar abastecimento e segurança hídrica na Grande BH
Com o objetivo de modernizar a infraestrutura de abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) vai investir cerca de R$ 1,1 bilhão em um pacote de obras estratégicas para fortalecer a segurança hídrica. As melhorias devem beneficiar cerca de 5,4 milhões de moradores da Grande BH.
O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (22), em Mário Campos, na RMBH, pelo presidente da Copasa, Fernando Passalio. Na cidade, já começou a implantação das novas adutoras que permitirão ampliar o transporte de água tratada para os reservatórios que abastecem a região metropolitana.
“As obras estão divididas em três lotes e, até a conclusão prevista para abril de 2027, irão ampliar a capacidade de produção de água de 6 mil para 10 mil litros por segundo”, disse Passalio.
Ao término do primeiro lote, já em execução pela Copasa, o volume de produção alcançará 6,7 mil litros por segundo. A conclusão está prevista para agosto de 2026.
As intervenções envolvem a implantação de mais de 12 quilômetros de adutora de água tratada, com diâmetros de 1.800 e 1.600 milímetros. A nova adutora atravessará os municípios de Sarzedo, Mário Campos e Betim.
O projeto prevê ainda a implantação de um novo reservatório na RMBH.
Nesta primeira etapa, estão sendo investidos R$ 400 milhões com recursos próprios da companhia. Para os outros dois lotes, serão aplicados R$ 300 milhões da Copasa e R$ 370 milhões provenientes de recursos da reparação da tragédia de Brumadinho.
Copasa deve superar R$ 2,5 bilhões em investimentos em 2025
Segundo Passalio, a iniciativa reforça o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável, especialmente diante dos desafios impostos por eventos ambientais que podem impactar os sistemas de produção de água.
“A Copasa pensa no futuro. Em três anos, já investimos R$ 640 milhões em obras e, neste ano, devemos superar R$ 2,5 bilhões em investimentos. O mais importante é o que os moradores vão sentir: teremos menos interrupções no abastecimento de água e mais segurança hídrica”, afirmou.
A prefeita de Mário Campos, Professora Andresa (PSD), aproveitou a oportunidade para pedir mais atenção das autoridades para o município, também afetado pela tragédia de Brumadinho.
“O que mais os moradores me perguntam é se as obras vão acabar com a falta de água nas residências. Eu espero que essas obras venham para suprir esse problema”, disse a prefeita.
Modernização e expansão da ETA Rio Manso
As obras de segurança hídrica incluem a ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Manso, elevando sua vazão para 10,3 m³/s.
Para este lote estão previstos R$ 200 milhões, que serão aplicados na implantação de quatro novos módulos de floculação, quatro novos decantadores e na ampliação dos sistemas de sulfato de alumínio, cloro e cal.
Haverá também adequações nos sistemas elétricos e de automação, garantindo eficiência e tecnologia, além da implantação de uma nova Unidade de Tratamento de Resíduos.
Obras não serão impactadas com privatização
Em uma eventual privatização ou federalização da Copasa, o presidente da companhia, Fernando Passalio, garantiu que o andamento das obras não será interrompido. “Pelo contrário: com a privatização, podemos ganhar até agilidade para cumprir essas obrigações”, afirmou.
A estatal é uma das empresas oferecidas pelo governo para a adesão de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Ao todo, 14 projetos relacionados à proposta foram enviados ao Legislativo, dos quais cinco já foram aprovados e nove ainda estão em discussão.
Há cerca de 15 dias, o governo de Minas enviou à Assembleia Legislativa (ALMG) um substitutivo ao projeto de lei sobre a privatização da Copasa. A nova versão, conforme esclareceu à época o vice-governador Mateus Simões (Novo), deixa claro que a privatização ocorrerá exclusivamente para a adesão ao Propag. Segundo ele, o projeto anterior previa apenas a autorização para a venda da companhia. A estimativa é que o valor da estatal seja de R$ 4 bilhões.
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