Economia

Grupo japonês adquire fatia da mineira Reframax Engenharia por R$ 1 bilhão

Aliança mira internacionalização e viabiliza um novo ciclo de desenvolvimento para a marca
Grupo japonês adquire fatia da mineira Reframax Engenharia por R$ 1 bilhão
Expectativa é internacionalizar as operações da Reframax Engenharia | Crédito: Divulgação Reframax

De origem mineira, a Reframax Engenharia, especializada na prestação de serviços industriais, como a produção de refratários, terá 60% das ações adquiridas pela japonesa Shinagawa Group. A transação, avaliada em R$ 1 bilhão, está sujeita às aprovações regulatórias e deve ser concluída em até 90 dias.

De acordo com o CEO da Reframax, Luciano Lopes, a aliança é um passo decisivo em um momento adequado para garantir a sustentabilidade da empresa a longo prazo. A parceria viabiliza a possibilidade de um novo ciclo de desenvolvimento, como o acesso a novas tecnologias, mudanças de projetos e metodologias, além de investimentos em novos equipamentos e segurança do trabalho.

O acordo, negociado há dois anos, também é encarado como oportunidade para a japonesa crescer no continente americano, já que ambas possuem semelhanças na divisão de serviços industriais. “Nos destacamos na estruturação de processos e em conhecimento voltado para alguns nichos no mercado, o que chamou a atenção de executivos da empresa”, pontua.

Além da expertise, os resultados também foram decisivos para a concretização da aliança. Nos últimos cinco anos, Lopes destaca que a Reframax Engenharia segue crescendo a uma média de 30% ao ano, empregando mais de 5 mil pessoas na atual sede em Belo Horizonte, na unidade industrial em Santa Luzia (RMBH) e em operações com contratos permanentes nas cidades de Ouro Branco (região Central), Camaçari (BA), Serra (ES), Itaguaí (RJ).

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Atualmente, empresa atua com linhas de contratos de longo prazo com grandes empresas na área de mineração, siderurgia e petroquímica, além de uma vertente voltada para obras e projetos. Além da instalação de materiais refratários, a empresa atua em diversos segmentos, incluindo aço, metais não ferrosos, produtos químicos, petroquímicos, mineração, papel e celulose.

“No mercado de contratos de longo prazo, somos responsáveis pelo fornecimento de refratários para 60 a 70% do mercado aço no Brasil”, destaca Lopes.

Empresa permanecerá autônoma e mira internacionalização

Apesar da aquisição majoritária pela corporação japonesa, a família fundadora segue na administração do negócio, operando de forma autônoma e independente. Com a concretização da aquisição, a expectativa é que ambas as empresas compartilhem mercados de atuação e juntas somem esforços para maiores avanços futuros.

A expectativa, segundo o executivo, é de atuar também em países onde a Shinagawa está presente. Além do Japão, a companhia está presente em operações na China, Austrália, Nova Zelândia, Indonésia, Índia, Taiwan, Coreia do Sul, dentre outras regiões e continentes. “Temos a expectativa que nossa expertise de contratos nos leve a uma internacionalização, desde que o mercado brasileiro seja prioridade”, ressalta Lopes.

Para o futuro, estuda-se ainda a entrada da Reframax Engenharia em outros seguimentos onde ainda não são atuantes, recuperação energética, não ferrosos, reciclagem de refratários, petroquímica e refinaria. Com o otimismo a partir da aliança e a possibilidade de alçar novos mercados, o CEO projeta crescimento de pelos menos dois dígitos ao ano, consolidando-se como referência nacional e global no setor.

“São mercados potenciais e com a formalização da aliança vamos reformular a estratégia para atender a todos os interesses”, conclui.

Raio-X Shinagawa Group

  • 150 anos de história
  • Atividades do grupo divididas em 4 setores independentes: Engenharia, Isolamento, Refratários e Cerâmicas Avançadas.
  • Principal fabricante e fornecedor japonês de produtos de alta qualidade, além de projetar, instalar e manter fornos industriais globalmente.
  • Atende aos setores de aço, metais não ferrosos, químicos, petroquímicos e celulose e papel.
  • Receita de 144,1 bilhões de ienes em 2023.
  • O grupo consolida 24 empresas (8 no Japão e 16 no exterior), encerrando 2023 com 3.373 funcionários diretos.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas