Economia

Crédito empresarial tem recuperação em BH

Empresas e consumidores aproveitaram a movimentação de recursos no final do ano passado para quitar os débitos
Crédito empresarial tem recuperação em BH
Foto: Adobe Stock

O indicador de recuperação de crédito de pessoa jurídica da capital mineira avançou 27,7% entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023 se comparado a igual intervalo imediatamente anterior, quando o índice estava negativado em 13,7%. É o que aponta um levantamento realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), com base nos dados do Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC). 

A forte movimentação comercial no último trimestre do ano passado foi um dos fatores que contribuíram para o aumento do indicador. O pagamento do décimo terceiro salário, realizado entre novembro e dezembro, e a queda do desemprego também colaboraram para que as empresas quitassem as dívidas e deixassem o cenário de inadimplência.  

“Com o super trimestre que teve no ano passado com Copa do Mundo, Natal e Black Friday, as pessoas voltaram a consumir. Então isso fez com que a circulação aumentasse e teve um impacto muito positivo nos caixas das empresas, que aproveitaram a entrada extra de capital para quitar as dívidas”, explica a economista da entidade, Ana Paula Bastos.

Segundo ela, as empresas necessitam de crédito para diversas situações como, por exemplo, capital de giro e para investimento direto no desenvolvimento da empresa. Sendo assim, ficar fora deste mercado é muito negativo e uma oportunidade para quitar os débitos em atraso é justamente nos períodos em que elas conseguem aumentar o caixa dos estabelecimentos.

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Pessoas físicas

Seguindo o mesmo movimento, o número de pessoas físicas que deixaram o cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses também aumentou. Conforme o estudo da CDL/BH, entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023, o indicador avançou 18,52% em relação ao mesmo período anterior, quando o indicador estava em 6,22%.  

Ana Paula Bastos esclarece que as pessoas também aproveitaram a entrada de capital extra na economia, com o décimo terceiro salário e algumas restituições do Imposto de Renda (IR), além do aumento da massa salarial, em função da queda no desemprego. Ela reitera que, da mesma forma, essas pessoas não querem ficar de fora do mercado de crédito, pois precisam de financiamento para comprar bens de maior valor agregado. 

“Esse indicador pode apresentar um aumento principalmente para as pessoas físicas de baixa renda se sair o programa Desenrola Brasil. Isso vai impactar no momento desse indicador que é bem positivo para a economia”, destaca. Ela salienta que a expectativa com o projeto é positiva, sendo que se sair do papel, vai ocasionar em queda na inadimplência e na recuperação de crédito. 

O Desenrola Brasil, inclusive, é uma das apostas do governo para destravar o consumo e estimular a economia e teve seu desenho validado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta semana. Conforme o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o programa pretende girar cerca de R$ 10 bilhões para uma dívida estimada em R$ 50 bilhões, que envolve 37 milhões de CPFs negativados. 

Apesar da aceleração nos últimos 12 meses, no confronto mensal entre dezembro do ano passado e janeiro de 2023, a quantidade de pessoas que deixaram o cadastro de inadimplentes do SPC recuou 7,5%. A economista da CDL/BH explica que a queda se deu, no entanto, pelo fator sazonalidade, visto que no último mês do ano a base de comparação estava aquecida. 

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