Crédito para reforma de moradias deve estimular cadeia produtiva da construção
A nova linha de crédito do governo federal lançada na segunda-feira (20) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e voltada para reformas de moradias de famílias de baixa renda, deve impactar positivamente o setor de material de construção e a própria construção civil, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Paulo Engler.
O setor iniciou o ano com expectativa de crescimento de 2,8%, mas em junho baixou a expectativa para 1,8% considerando a instabilidade do cenário nacional e internacional. No entanto, o novo programa, Reforma Casa Brasil, somado às novas regras do crédito imobiliário, anunciadas na última semana pelo governo, reanimou o segmento que já espera uma melhora nos resultados no ano, agora, para acima de 1,8%.
Estando disponível, o dirigente acredita que uma grande parte da população vá adquirir o empréstimo ainda este ano, melhorando as perspectivas do setor. “Se a população tiver acesso a estes créditos já agora, vai movimentar o nosso mercado e podemos ser impactados positivamente. O fim e o início do ano, normalmente, não são períodos de obras, é uma baixa natural. Mas com esse incentivo, poderão haver melhorias e melhores perspectivas”, afirmou.
Para o presidente-executivo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Fernando Guedes, o programa representa um passo importante na política habitacional brasileira. “A dignidade habitacional vai além da entrega de novas unidades. A moradia é lugar de acolhimento, conforto e segurança das famílias. O crédito para reformas traz inclusão, movimenta a economia e melhora a qualidade de vida nos centros urbanos”, afirmou.
O setor da construção avalia que o programa pode estimular uma cadeia produtiva ampla, que envolve desde pequenas lojas de materiais de construção até prestadores de serviços e profissionais autônomos. Terá também impacto sobre os empregos na construção, principalmente em regiões metropolitanas e cidades de médio porte.
“Cada obra de reforma movimenta o comércio local e gera ocupação imediata. É um tipo de investimento que tem retorno social rápido, porque melhora o ambiente doméstico e devolve a autoestima às famílias”, detalhou Guedes.
A iniciativa integra o Programa Minha Casa, Minha Vida e prevê financiamentos entre R$ 5 mil e R$ 30 mil, com juros reduzidos e prazos de pagamento de 24 a 60 meses. O programa complementa o novo modelo de financiamento habitacional, que amplia o volume de recursos destinados ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Poderão solicitar o crédito famílias com renda bruta mensal de até R$ 9.600, divididos em duas faixas. A Faixa Melhoria 1 para pessoas com renda de até R$ 3.200, com juros nominais de 1,17% ao mês; e a Faixa Melhoria 2 para pessoas com renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9.600, com taxa de 1,95% ao mês.
O objetivo, conforme divulgado pelo governo, é promover o direito à moradia adequada e combater a inadequação habitacional em áreas urbanas, permitindo que as famílias realizem melhorias relacionadas à salubridade, segurança, habitabilidade, acessibilidade, sustentabilidade e conforto.
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