Economia

Cresce venda de combustíveis nas distribuidoras em Minas

No acumulado do ano até setembro, foram 12,1 bilhões de litros comercializados, uma alta de 5%
Cresce venda de combustíveis nas distribuidoras em Minas
Crédito: REUTERS/Adriano Machado

Durante os nove primeiros meses de 2023, em Minas Gerais, as vendas de combustíveis e derivados de petróleo mantiveram o ritmo de alta. No período, foram 12,1 bilhões de litros comercializados pelas distribuidoras, uma alta de 5% ante o mesmo período do ano passado. Considerando apenas setembro, quando foram comercializados 1,4 bilhão de litros, as vendas totais caíram 4,4% frente a agosto, mas superaram em 3,74% o volume de setembro de 2022.

Considerando os nove primeiros meses do ano, o desempenho no Estado foi equivalente à média de crescimento nacional. De acordo com a ANP, as vendas de combustíveis e derivados de petróleo no Brasil cresceram 5% nos primeiros nove meses do ano, somando 110,7 bilhões de litros. Somente em setembro, as vendas cresceram 2,19%, frente a igual mês de 2022, chegando, assim, a 12,7 bilhões de litros.

Entre os combustíveis, gasolina seguiu em alta no ano, mas concorrência com etanol reduziu venda mensal em Minas

Em Minas, considerando o acumulado do ano, a alta mais expressiva entre os combustíveis foi na gasolina C. No Estado, a comercialização de gasolina pelas distribuidoras, segundo a ANP, cresceu 17% entre janeiro e setembro, chegando, então, a um consumo de 3,6 bilhões de litros. 

Já em setembro, as vendas de gasolina caíram. Ao todo, as negociações do combustível fóssil atingiram 376,3 milhões de litros, queda de 3,18% frente há um ano, quando o consumo foi de 388,7 milhões de litros. Na comparação com agosto, houve queda nas vendas de 6,8%.

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A queda na gasolina pode ser explicada pelos preços mais competitivos do etanol hidratado. Com a vantagem do biocombustível frente a gasolina há estímulo para a migração do consumo. Conforme os dados da ANP, em setembro, a venda de etanol hidratado chegou a 185,7 milhões de litros, superando em 19,4% o volume de setembro de 2022 e em 13,3% o de agosto. O volume foi o maior registrado no ano.

Com o resultado, no ano, a queda nas vendas do etanol está reduzindo. No acumulado até agosto, a queda estava em 21,7%, índice que passou para 17,4% nos nove primeiros meses do ano. Ao todo, a comercialização chegou a 1,22 bilhão de litros de etanol em Minas Gerais.

Etanol tem preços mais competitivos entre combustíveis de Minas

O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, explica que vem sendo observada uma recuperação do nível de consumo de etanol hidratado em Minas Gerais e em vários outros estados do Brasil. Conforme ele, isso ocorre em função das estabilidades, nos últimos meses, em termos de alterações tributárias, que prejudicaram muito o consumo de etanol nos últimos dois anos.

“Estamos desde julho sem essas alterações, então, isso tem nos ajudado a ver a recuperação. Nós também temos uma safra crescente, uma produção recorde aqui em Minas Gerais e no Brasil de cana, o que vai fazer com que a gente consiga produzir mais etanol que nos últimos dois anos. Outro ponto é que há, também, um crescimento do etanol de milho no Brasil, um crescimento consistente. Isso tem feito com que a oferta do produto no mercado seja grande e a gente vê uma estabilidade de preços desde agosto”.

Com uma oferta maior e estabilidade dos valores, a competitividade do etanol está bastante relevante perante a gasolina. “O consumidor está voltando a consumir etanol aqui em Minas Gerais. Hoje nós temos uma diferença de praticamente R$ 2 entre o preço do etanol hidratado e o preço da gasolina”.

Campos explica que estamos entrando em um período em que parte das usinas começam a encerrar a safra. Além disso, é um período que pode ocorrer muita chuva, o que dificulta a moagem da cana. Porém, a produção de etanol de milho se mantém para além do período normal de safra da cana-de-açúcar. 

“Então, a produção de etanol de milho entra em janeiro, fevereiro e março, gerando uma oferta consistente nos próximos meses para esse produto”, disse Campos

Diesel e querosene de aviação

Considerando o acumulado do ano até setembro, as vendas de diesel também foram maiores em Minas Gerais. Ao todo, as vendas somaram 6,04 bilhões de litros, resultando, então, em um volume 4,3% superior frente ao registrado em igual período de 2022. Naquele período, a comercialização somou 5,8 bilhões de litros. 

No nono mês do ano, as vendas de diesel chegaram a 722,1 milhões de litros, resultando, assim, em um volume 5,5% superior ao registrado em setembro de 2022 e 5,4% menor se comparado com o volume de agosto (764,1 milhões de litros). 

As vendas mineiras de querosene de aviação, no acumulado do ano até setembro, foram de 105,4 milhões de litros, uma retração de 39,2%. No mês, o consumo foi de 12,6 milhões de litros, 40,8% a menos frente há um ano e 9,86% superior na comparação com agosto.  

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