Economia

Crescimento de serviços do Brasil tem ritmo mais lento em 16 meses, mostra PMI

Crescimento de serviços do Brasil tem ritmo mais lento em 16 meses, mostra PMI
Salão de cabeleireiro em São Paulo | Crédito: REUTERS/Amanda Perobelli

SÃO PAULO – A fraqueza da demanda pressionou o setor de serviços brasileiro em setembro e o crescimento da atividade voltou a perder força, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), mesmo com taxas de inflação mais baixas.

Os dados divulgados nesta quarta-feira pela S&P Global mostram que o PMI de serviços do Brasil caiu a 51,9 em setembro, contra 53,9 no mês anterior. O índice permaneceu acima da marca de 50 que separa crescimento de contração, mas a leitura foi a mais fraca na atual sequência de 16 meses de expansão.

“Com aumentos mais fracos na atividade empresarial vistos durante o terceiro trimestre, a leitura média para (o período, 53,8) caiu para o nível mais fraco desde o segundo trimestre de 2021”, avaliou a diretora associada de Economia da S&P Global, Pollyanna De Lima.

Segundo o levantamento, a desaceleração derivou de cancelamentos de contratos, perdas de eficiência e poder de compra reduzido das famílias.

O aumento da demanda em setembro foi o menor desde o início do ano, com empresas indicando que as vendas foram afetadas ainda pela incerteza em relação à eleição presidencial.

Três dos quatro segmentos do setor de serviços monitorados pelo PMI registraram aumento da atividade empresarial e das vendas, porém a ritmo mais fraco. A única exceção foi Serviços ao Consumidor, onde foram registradas reduções.

A moderação se deu a despeito de aumentos mais suaves nos custos de insumo e nos preços cobrados, respectivamente com as taxas mais fracas em 25 e 20 meses, diante de cortes de impostos e do recuo dos preços de combustíveis.

A pressão menor sobre os gastos aliada à entrada de novos projetos de trabalho levou os fornecedores de serviços do Brasil a contratarem mais funcionários em setembro, ainda que a taxa de criação de vagas tenha sido a mais fraca em oito meses, com a instabilidade das vendas contendo o emprego.

A confiança empresarial, por sua vez, permaneceu em território positivo, no terceiro nível mais elevado desde julho de 2019. Os fornecedores de serviços esperam em geral condições mais estáveis após a eleição presidencial, com alguns esperando melhora do consumo doméstico.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o mais votado no primeiro turno da eleição presidencial, e disputará um tenso segundo turno com o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que superou o estimado pelas principais pesquisas de opinião.

Em setembro, a demanda também esfriou na indústria, cujo crescimento perdeu força. Assim, o PMI Composto do Brasil caiu a 51,9 no mês, de 53,2 em agosto, marcando o menor crescimento da atividade empresarial desde o início do ano.

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