CSN Mineração amplia investimentos no primeiro trimestre

A CSN Mineração encerrou o primeiro trimestre de 2024 com investimentos da ordem de R$ 253 milhões em expansão dos negócios e continuidade operacional, alta de cerca de 2% quando comparado com o mesmo período do ano anterior, quando foram investidos algo em torno de R$ 248 milhões. A companhia mantém operações em Congonhas (Campo das Vertentes)
Os aportes, entretanto, quando comparados com o último trimestre de 2023, sofreram redução de 48%, como resultado de menores gastos com manutenção e novos pacotes da planta de pellet feed P15, da Mina de Casa de Pedra, em Congonhas, ainda em fase de engenharia dos fornecedores.
A CSN Mineração tinha anunciado, ainda em 2022, investimentos de R$ 13,8 bilhões no complexo de Casa de Pedra, com a perspectiva de elevar a produção de minérios na marca de 116 milhões de toneladas até 2032. Os investimentos estimados pela CSN Mineração são de R$ 2,76 bilhões por ano. O projeto foi divulgado ao mercado junto à atualização de outras projeções do grupo durante evento com investidores e previa a elevação da capacidade de produção da planta, prevista entre 2023 e 2027.
Além dos investimentos, empresa de mineração registrou lucro maior
Nesse primeiro trimestre de 2024, a CSN atingiu um lucro líquido de R$ 558 milhões, o que representa um aumento de 8% em relação ao primeiro trimestre de 2023, mesmo com um Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) menor, que ainda assim foi de R$ 1,1 bilhão, o que evidencia os impactos positivos da variação cambial no período. A cotação do dólar foi de R$ 5,08 em 31 de março de 2023; R$ 4,84 em 31 de dezembro de 2023 e R$ 4,99 em 31 de março de 2024.
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A receita líquida totalizou R$ 2,8 bilhões, um desempenho 44% abaixo do registrado no quarto trimestre de 2023, como resultado direto da realização de preços mais baixa verificada no período. Como consequência, a receita líquida foi de US$ 61,76 por tonelada, o que representa uma redução de 32% contra o quarto trimestre de 2023, acompanhando a trajetória descendente do preço do minério e os efeitos negativos dos preços provisórios.
A produção de minério de ferro da CSN atingiu um volume de 9,150 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2024, alta de 2% em relação ao mesmo período de 2023, mas uma redução de 16% em relação ao volume verificado no último trimestre de 2023, em linha com a sazonalidade do período, marcado por chuvas mais intensas durante o verão no hemisfério Sul. No entanto, segundo relatório da CSN, é importante mencionar a melhora do mix registrada no período, com um significativo avanço no montante de produção própria, em linha com a expectativa de menores compras esperadas para este ano.
Ainda de acordo com o relatório da companhia, foi mantida a excelência operacional verificada nos últimos trimestres para entregar mais um recorde de vendas para o período, superando o momento mais crítico de chuvas sem maiores impactos. O Volume de Vendas, por sua vez, atingiu 9,145 milhões de toneladas no primeiro trimestre deste ano, ficando 18% abaixo do volume verificado no quarto trimestre de 2023, porém um patamar de 6% maior do que o apresentado no primeiro trimestre de 2023, o que representa um novo recorde da companhia para o período.
O primeiro trimestre de 2024 foi marcado por um verão mais seco do que o normal no Brasil e pela menor incidência de ciclones em solo australiano, o que resultou em um aumento da oferta de minério de ferro no mercado transoceânico e ajudou a pressionar para baixo os preços durante o período.
No quesito demanda, o ano começou aquecido com a recuperação de estoques siderúrgicos nos portos chineses, mas logo as incertezas em relação às perspectivas de crescimento da China, a rápida normalização dos estoques e a queda na utilização de capacidade das siderúrgicas do país acenderam uma luz amarela no setor.
A combinação de excesso de oferta para um período sazonalmente mais fraco no lado da demanda com incertezas em relação à pujança da economia chinesa para o resto do ano resultou em uma forte volatilidade e correção no preço da commodity. Apesar de ter fechado o trimestre com o menor valor dos últimos meses (US$ 102,80 por tonelada), o preço da tonelada do minério de ferro ainda manteve uma média durante o primeiro trimestre deste ano de US$ 123,56 (Preço 62%Fe, N. China), 3,7% inferior ao do último trimestre de 2023 (US$ 128,30) e 1,5% abaixo do verificado no mesmo intervalo do ano anterior (US$ 125,51).
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