Economia

CSN Mineração investiu R$ 248 mi no primeiro trimestre

Companhia com ativos em Minas anunciou também queda de 30% no lucro líquido no período, atingindo R$ 516 milhões
CSN Mineração investiu R$ 248 mi no primeiro trimestre
Foto: CSN / Divulgação

A CSN Mineração, braço de operações minerárias da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), investiu R$ 248 milhões no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do balanço divulgado ontem.

Boa parte desse valor foi destinada aos projetos ligados à planta P15 (nova planta de pellet feed), na Mina Casa de Pedra, em Congonhas (Campo das Vertentes), além das sobressalentes.  O valor é 14,2% menor que o verificado em igual período do ano passado (R$ 289 milhões) e 11,7% maior na comparação com o quarto trimestre de 2022. 

Em dezembro do ano passado, a companhia anunciou investimentos de R$ 13,8 bilhões no complexo de Casa de Pedra, com o objetivo de elevar a capacidade de produção da planta entre 2023 e 2027. Os aportes médios são de R$ 2,76 bilhões por ano.

No primeiro trimestre deste ano, a  companhia teve um lucro líquido de R$ 516 milhões, resultado 30% menor que o contabilizado em igual período de 2022 (R$ 739 milhões). Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, a queda foi ainda mais intensa (40,8%), como consequência das despesas com hedges realizadas no período.

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Durante a teleconferência, que aconteceu ontem, o CFO da CSN Mineração, Pedro Oliva, destacou que somados os dividendos aprovados na assembleia com os deliberados pelo conselho, a companhia irá distribuir, via dividendos, R$ 2,5 bilhões, correspondendo ao valor bruto de R$ 0,448 por ação a ser pago a partir de 17 de maio.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 2,01 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma queda de 16% frente igual intervalo de 2022. Já na comparação com o quarto trimestre do ano passado houve um avanço de 13%. A margem Ebitda trimestral foi de 49,1%. 

A receita líquida da companhia totalizou R$ 4,11 bilhões no acumulado dos três primeiros meses deste ano, alta de 7% na análise anual e 17,2% superior à registrada no trimestre anterior, mesmo com um menor volume de embarques. O resultado é fruto, conforme Oliva, da forte realização de preços verificada no período.

Produção aumenta

O volume de produção no acumulado dos três primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo intervalo de 2022 teve alta de 38%. Já frente ao quarto trimestre de 2022, foi verificado recuo de 4%, justificado pela sazonalidade do período. O executivo destacou que o início do ano foi marcado pelas chuvas.

Ele explicou que, no que se refere à demanda, o primeiro trimestre de 2023 foi marcado pelas flexibilizações das restrições relacionadas à Covid na China, bem como pelo início dos estímulos econômicos que elevaram as expectativas em relação à demanda chinesa por produtos siderúrgicos. Dessa forma, desde o início do ano houve uma forte recuperação dos preços do minério de ferro que chegou a ultrapassar o patamar de US$ 130 por tonelada ao longo do trimestre. 

Oliva destacou a renovação da declaração de estabilidade das barragens da empresa com nível máximo de segurança em março deste ano. Ele acrescentou que a partir deste ano a companhia passou a ser avaliada por agências de rating ESG de forma independente do Grupo CSN. Como resultado, a Sustainalytics avaliou a empresa como a quarta melhor pontuação entre 156 empresas de siderurgia e minério de ferro em todo o mundo.

O presidente do conselho de administração da CSN, Benjamin Steinbruch, também esteve presente na teleconferência, e se mostrou otimista com o desempenho dos negócios nos próximos meses. “Os números vão ser melhores no segundo trimestre em função da redução de custos e aumento de volume e da compensação do hedge. Estamos muito otimistas com o ano de 2023”, diz.

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