CSN investirá R$ 3,4 bilhões no complexo de Casa de Pedra

A CSN Mineração, braço de operações minerárias da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), confirmou que vai investir R$ 3,4 bilhões no complexo de Casa de Pedra, em Congonhas (Campo das Vertentes). Do total, R$ 1,4 bilhão será aportado para a construção de uma planta industrial de beneficiamento de itabirito, que deve entrar em operação em 2021. Outros R$ 2 bilhões serão direcionados para a implantação de uma segunda unidade de processamento de itabiritos e na modernização da planta central, já existente no site. Com esses investimentos, a empresa projeta alcançar a produção de 50 milhões de toneladas anuais de minério de ferro até 2030.
Na mina Casa de Pedra, a CSN extrai minério de hematita, mas, depois de fazer estudos nas áreas licenciadas para mineração no ativo, a empresa começou a desenvolver projetos para ampliar a lavra e o beneficiamento. Tanto que a nova unidade industrial, que receberá aporte de R$ 1,4 bilhão, deve ter tecnologia de processamento diferente da existente, já que beneficiará itabiritos, que têm menor teor de ferro quando comparados a hematitas.
A primeira planta de itabiritos, com capacidade para 10 milhões de toneladas de minério por ano, está em fase de engenharia conceitual, tem seu ramp up programado para o segundo semestre de 2021 e deve atingir o pico de produção em 2023.
Já a segunda planta de itabiritos deve ser construída somente depois que a primeira já estiver em operação. Essa segunda unidade terá capacidade para 20 milhões de toneladas de minério de itabiritos ao ano. O ramp up está previsto para o segundo semestre de 2024 e a carga máxima deve ser atingida em 2026.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Além disso, entre 2028 e 2029, a planta central, que atualmente processa minérios com teor de ferro médio de 55%, passará por adaptações para também receber material com teor de ferro menor, da ordem de 42%. A unidade deve alcançar a produção de 20 milhões de toneladas anuais de minério. Os investimentos na segunda unidade de itabiritos e na planta central devem bater na casa dos R$ 2 bilhões.
Com esse pacote de investimentos, o complexo minerador de Casa de Pedra deve saltar de uma produção de 28,5 milhões de toneladas de minério de ferro, previstas pela própria companhia para este ano, para 50 milhões de toneladas do insumo a partir de 2030.
Rejeitos – A CSN Mineração também está mudando a forma de depositar rejeitos. Já está em operação na planta de Casa de Pedra um concentrador magnético de alta intensidade (CMAI), que possibilita a recuperação de parte do minério de ferro presente no rejeito. Dependendo do teor de ferro contido no rejeito, a taxa de recuperação pode chegar a 20%.
Depois dessa fase, o rejeito passa por um processo de filtragem e sai com apenas 14% de umidade, com cerca de 80% da água retirada nos filtros recirculando no processo. Ao invés do resíduo sólido ser lançado na barragem, ele é empilhado em uma pilha de rejeitos a seco.
As barragens existentes no complexo também estão passando por mudanças. Na principal delas, a barragem de Casa de Pedra, foi feito o reforço da estrutura e outras barragens passam por processos de disposição controlada de rejeitos. De acordo com a companhia, essas barragens serão, aos poucos, descaracterizadas.
Ouça a rádio de Minas