Economia

Custo da cesta básica de Belo Horizonte volta a cair em agosto

Entre os produtos que registraram queda nos preços estão tomate, feijão, farinha de trigo, açúcar cristal e carne
Atualizado em 5 de setembro de 2024 • 19:30
Custo da cesta básica de Belo Horizonte volta a cair em agosto
Foto: Diário do Comércio/Charles Silva Jr

O custo da cesta básica em Belo Horizonte diminuiu novamente no mês de agosto e chegou a R$ 655,25, queda de 0,22% em relação ao mês anterior, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O supervisor técnico do Dieese em Minas Gerais, Fernando Duarte, aponta que as reduções consecutivas nos últimos dois meses ajudam a ter um cenário de quase estabilidade no preço dos alimentos na Capital mineira (leia a análise completa no fim do texto).

Conforme o levantamento, na capital mineira, entre janeiro e agosto deste ano, oito produtos apresentaram alta no preço médio do conjunto de alimentos e produtos que satisfazem as necessidades básicas de um adulto. O café em pó teve a maior elevação, de 43,17%, seguido da banana, com 20,84% e do leite, com 15,65%.

Outras altas foram registradas nos preços do arroz (11,9%), batata (8,2%), manteiga (3,84%), óleo de soja (2,13%) e pão francês (2%).

Cinco produtos que compõem a cesta básica em Belo Horizonte registraram queda nos preços: tomate (-29,28%), feijão (-15,88%), farinha de trigo (-6,78%), açúcar cristal (-6,05%) e a carne (-4,33%).

Cesta em Belo Horizonte aumentou em 12 meses

Na comparação do valor cobrado pela cesta básica de Belo Horizonte em agosto de 2024 com igual mês de 2023, o levantamento mostra acréscimo de 1,43%. A queda na variação mensal fez a cesta anular as altas acumuladas do ano e apresentar redução de 0,16% no custo ao longo de 2024.

No acumulado dos últimos 12 meses foram registradas elevações em nove dos 13 produtos da cesta da capital mineira, com a elevação mais expressiva na batata (58,17%), café em pó (41,70%) e arroz agulhinha (33,19%).

Os outros itens que subiram de preço no período foram a banana (19,21%), óleo de soja (10,07%), leite integral (5,75%), manteiga (4,06%), pão de sal (2,43%) e açúcar cristal (2,29%).

Outros quatro itens tiveram redução no preço médio nesse período. O tomate contou com a maior queda (-39,91%). Nesse tipo de comparação, a farinha de trigo teve queda de 17,10% na cesta básica da Capital, ocupando a segunda posição. Já a terceira colocação em termos de recuo foi do feijão carioquinha (-9,96%). A carne bovina de primeira (-0,91%) foi outro recuo verificado pelo Dieese.

Cesta básica ainda é cara na capital

O valor cobrado pela cesta básica segue elevado para o trabalhador de Belo Horizonte que ganha um salário mínimo, em especial, considerando o valor líquido, aponta o Dieese

Em agosto de 2024, o trabalhador belo-horizontino com a remuneração de R$ 1.412 precisou trabalhar 102 horas e 5 minutos para adquirir a cesta. Em julho, necessitou de 102 horas e 19 minutos. Em agosto de 2023, quando o salário mínimo era de R$ 1.320,00, precisou de 107 horas e 40 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em agosto de 2024, 50,17% da renda para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em julho, o percentual gasto foi de 50,28%. Já em agosto de 2023, o trabalhador comprometia 52,91% da renda líquida.

Belo Horizonte tem a menor redução entre as capitais

Em agosto, o valor da cesta básica diminuiu nas 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente o levantamento. As quedas mais expressivas foram verificadas em Fortaleza (-6,94%), João Pessoa (-4,10%) e Goiânia (-4,04%).

A redução de Belo Horizonte foi a menor entre todas as capitais pesquisadas. A cesta básica belo-horizontina é a 11ª mais cara entre as capitais do País. Na comparação dos valores da cesta, entre agosto de 2023 e agosto de 2024, a pesquisa mostrou que nove capitais tiveram alta no preço médio. Belo Horizonte teve a menor variação positiva.

Redução leva a quase estabilidade no preço dos alimentos em Belo Horizonte

Fernando Duarte comenta que a segunda queda consecutiva no custo da cesta básica de Belo Horizonte é explicada pela combinação entre a redução no preço da maioria dos alimentos e o peso representativo desses produtos na cesta.

“Mês passado foram nove produtos em queda. Esse mês foram sete em queda, uma estabilidade e cinco altas, sendo quedas concentradas naqueles produtos importantes – e queda significativa”, disse.

Produtos como banana e café em pó, que acumularam altas expressivas tanto na variação mensal, no ano e nos últimos 12 meses, impediram uma redução maior em Belo Horizonte. Principalmente a banana que, diferente do café, tem peso significativo no levantamento.

Alimentos como feijão e tomate influenciaram a cesta belo-horizontina do lado contrário. Os dois, com pesos representativos, registraram altas reduções no mês, no ano e nos últimos 12 meses e ajudaram, junto com outros alimentos, a equilibrar o custo da cesta básica em 2024.

“Temos observado que a cesta teve elevação de preço muito forte no início do ano e agora vai tá tendo uma queda a ponto de ter anulada a alta do início do ano. Nós estamos numa quase estabilidade de preço”, afirma Duarte.

O supervisor técnico do Dieese ressalta que algumas reduções não significam necessariamente produtos baratos, mas um ajuste de preços. É o caso da batata, com queda de 26,81% no mês, mas alta de 58,17% nos últimos 12 meses.

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