Economia

Custo da construção civil em MG tende a ficar mais próximo da inflação

Análise foi feita pela Sinduscon-MG
Custo da construção civil em MG tende a ficar mais próximo da inflação
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Depois dos anos de pressão nos custos da construção no Estado, em especial dos materiais durante a pandemia, os preços em 2023 voltaram para patamares considerados normais, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Michel. “O custo tende a acompanhar, ficar mais próximo da inflação neste e no próximo ano, sem os exageros que aconteceram durante a pandemia”, diz.

O último Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²), calculado pela entidade, em outubro teve alta de 0,29% frente a setembro. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, a elevação foi de 3,96% e nos últimos 12 meses, 4,22%.

No mesmo período, a inflação oficial, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve alta de 0,24% em outubro no País. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, acumulou no ano alta de 3,75% e nos últimos 12 meses finalizados em outubro, incremento de 4,82%.

Considerando o CUB dos materiais de construção em Minas, a variação foi de 0,60% em outubro na comparação com o mês anterior. No ano, a alta foi de 0,55% e, em 12 meses, elevação de 1,29%.

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Com um novo cenário para os materiais de construção, a pressão nos custos deve ser maior com os gastos com mão de obra, de acordo com a avaliação do dirigente. O que já é percebido no resultado de outubro. “Estamos com dificuldade em conseguir mão de obra, o que faz com que os salários tendem a subir”, observa.

Considerando o CUB de outubro para mão de obra, de janeiro a outubro 2023, a variação chega a 7,23%, mesmo percentual para o acumulado dos últimos 12 meses, em ambos os casos, acima das variações de materiais de construção no período. Em outubro frente a setembro, não houve variação.

Pandemia

De acordo com Michel, durante os anos de pandemia de Covid-19, os custos tiveram alta na casa dos 40%, bem acima da inflação do período, que estava no patamar de 25%. A elevação dos custos dos materiais de construção foi da ordem de 70%.  “Foi uma época de descompasso entre a renda do comprador e os preços”, observa.

Ele lembra que durante a pandemia houve uma “quebra nas cadeias de suprimento global” e os materiais de construção subiram muito, com destaque para concreto, cimento, PVC e madeira, que chegaram a ter aumento de mais de 100%. 

IBGE

O IBGE também realiza cálculos sobre os custos do setor. Em outubro de 2023, o custo médio da construção, medido pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) e calculado pelo instituto em parceria com a Caixa Econômica Federal, apresentou queda de 0,38% em Minas Gerais e alta de 0,14% no Brasil.

 No caso dos últimos 12 meses, no Estado foi verificado recuo de 0,77%, e alta de 2,44% para o País.

O resultado para o Brasil mostra que o custo da construção por metro quadrado foi de R$1.716,30, sendo R$ 998,35 relativos aos materiais e R$ 717,95 à mão de obra.

Em Minas Gerais, o custo atingiu R$1.606,01 (93,57% da média nacional), sendo R$ 959,53 referentes aos materiais (96,11% da média nacional) e R$ 646,48 à mão de obra (90,05% da média nacional).

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