Custo da construção civil aumenta 2,13% em Minas Gerais no primeiro quadrimestre

O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²) avançou 2,13% no primeiro quadrimestre em Minas Gerais. A alta foi influenciada pelo custo da mão de obra (3,65%) e do material (0,73%) – os dois principais componentes de precificação do setor. Os dados constam no levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
O período, segundo a economista-chefe do Sinduscon e da Câmara Brasileira da Construção Civil, Ieda Vasconcelos, foi marcado pela convenção coletiva de trabalhadores, além da elevada inflação, que acabaram pressionando os custos no Estado. “Material e mão de obra são os dois principais componentes dos custos do setor e juntos correspondem por mais de 90% do custo total dos projetos”, afirma.
Dentre os demais itens, tintas, janelas de correr e esquadrias também se destacaram nas elevações. “Em relação ao material, estamos observando uma variação superior a 2024 nos primeiros meses do ano, mas ainda dentro da variação observada no País, sob impacto dos efeitos econômicos”.
Em abril, o custo da construção aumentou 0,18%, com preço médio de R$ 2.333,48 por metro quadrado (m²). A variação positiva, segundo ela, aconteceu exclusivamente em função da alta de 0,38% no custo com material de construção.
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Já os demais componentes, como mão de obra, despesas administrativas e aluguel de equipamentos, não apresentaram incrementos no último mês. “De forma geral, em abril tivemos alguns insumos que aumentaram, como tintas, vidro e brita”, cita.
No acumulado de 12 meses, o setor da construção em Minas Gerais registrou alta de 5,43%. Nesse período o custo com material aumentou 3,70% e mão de obra 7,53%. “Em relação à mão de obra, o aumento é resultado de uma convenção coletiva antecipada, iniciada em novembro do ano passado, que resultou em aumento de 3,43% para a categoria”, acrescenta Ieda Vasconcelos.
Altos custos ainda refletem impacto da pandemia
Embora tenha acabado, a pandemia de Covid-19 deixou um impacto significativo no setor da construção civil, provocando paralisações de obras, escassez de materiais e aumento de custos. As restrições de circulação e medidas de distanciamento social reduziram o ritmo dos canteiros de obras, impactando ainda as cadeias globais de suprimentos, encarecendo e dificultando o acesso a importantes insumos como aço e cimento.
Com o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) em 5 de maio de 2023, o setor segue retomando as atividades, entretanto, ainda sob altas margens de custos. “Apesar do custo da construção civil em Minas Gerais acompanhar a inflação oficial do País, os preços superam o observado anteriormente. O custo se elevou muito e agora está mais razoável, mas dentro de um patamar já elevado, impactando toda a cadeia produtiva desde então”, finaliza a economista.
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