Economia

Custo da cesta básica de Belo Horizonte diminui

Conforme levantamento, entre fevereiro e março, apenas dois produtos apresentaram alta no preço médio
Custo da cesta básica de Belo Horizonte diminui
Foto: Reprodução Adobe Stock

O custo da cesta básica em Belo Horizonte chegou a R$ 712,51 em março, queda de 2,06% em relação ao mês anterior, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Conforme o levantamento, na capital mineira, entre fevereiro e março deste ano, apenas dois produtos apresentaram alta no preço médio do conjunto de alimentos e produtos que satisfazem as necessidades básicas de um adulto. O tomate, com a maior elevação, de 13,99%, e o café em pó, com 1,20%.

Os outros 11 produtos que compõem a cesta básica em Belo Horizonte registraram queda nos preços: batata (-20,52%), feijão carioquinha (-7,13%), banana (-5,75%), óleo de soja (-4,23%), carne bovina de primeira (-1,97%), arroz agulhinha (-1,96%), açúcar cristal (-1,81%), manteiga (-0,36%) farinha de trigo (-0,29%), pão francês (-0,24%) e leite integral (-0,19%).

O economista e supervisor técnico do Dieese em Minas Gerais, Fernando Duarte, explica que a queda de março tem de ser contextualizada como um reajuste pontual, após os preços dos alimentos estarem em um patamar elevado. “Temos um avanço de colheita, está tendo importação de grão, e aí que ajustou, melhorou essa oferta, reduziu um pouco o preço que está muito alto”, comenta.

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Cesta em Belo Horizonte aumentou em 12 meses

Na comparação do valor cobrado pela cesta básica de Belo Horizonte, em março de 2024 com igual mês de 2023, o levantamento mostra acréscimo de 8,85%. No acumulado do ano a alta foi de 8,57%.

No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em sete dos 13 produtos da cesta da capital mineira, com a elevação mais expressiva da banana (70,13%), seguida pela batata (54,60%), tomate (35,83%) e arroz agulhinha (26,32%).

Outros seis tiveram redução no preço médio nesse período. O óleo de soja contou com a maior queda (-24,34%). Nesse tipo de comparação, a farinha de trigo teve queda de 18,44% na cesta básica de Belo Horizonte, ocupando a segunda posição. Já a terceira colocação em termos de recuo foi do feijão carioquinha (-10,06%).

Leite integral (-7,46%), carne bovina de primeira (-6,43%) e manteiga (-2,30%) foram os outros recuos verificados pelo Dieese.

Cesta básica ainda é cara na Capital

O valor cobrado pela cesta básica é elevado para o trabalhador de Belo Horizonte que ganha um salário mínimo, em especial, considerando o valor líquido, aponta o Dieese.  Mesmo com o ajuste de março, os preços estão mais altos que o comum. “O avanço da colheita desse ano, mais a questão desse balanço importação e exportação, ajudou a melhorar a oferta do produto internamente. Mas esse preço que reduziu ainda está em patamares muito elevados do ponto de vista histórico”, aponta Fernando Duarte.

Em março de 2024, o trabalhador belo-horizontino com a remuneração de R$ 1.412 precisou trabalhar 111 horas e 1 minuto para adquirir a cesta. Em fevereiro, necessitou de 113 horas e 20 minutos. Em março de 2023, quando o salário mínimo era de R$ 1.302,00, precisou de 110 horas e 36 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em março de 2024, 54,55% da renda para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em fevereiro, o percentual gasto foi de 55,70%. Já em março de 2023, o trabalhador comprometia 54,35% da renda líquida.

Belo Horizonte entre as capitais

Em março, o valor da cesta básica aumentou em dez das 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente o levantamento. As altas mais expressivas foram verificadas em Recife (5,81%), Fortaleza (5,66%) e Natal (4,49%). A redução de Belo Horizonte só não foi maior que as observadas no Rio de Janeiro (-2,47%), em Porto Alegre (-2,43%) e Campo Grande (-2,43%).

Na comparação dos valores da cesta, entre março de 2023 e março de 2024, a pesquisa mostrou que todas as capitais tiveram alta no preço médio, exceto Natal (-1,58%). Belo teve a segunda maior variação positiva, atrás do Rio de Janeiro (10,42%), e à frente de Brasília (7,84%) e Curitiba (7,11%).

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