Custo da cesta básica desacelera em Belo Horizonte

O custo da cesta básica em Belo Horizonte desacelerou, mas voltou a subir no mês de fevereiro e chegou a R$ 754,64, alta de 0,04% em relação ao mês anterior, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead). A alta foi impulsionada, principalmente, pelos aumentos no preço do tomate, chã de dentro e café moído, que seguem pressionando o orçamento das famílias na cidade.
Com isso, o preço médio do conjunto de alimentos e produtos que satisfazem as necessidades básicas de um adulto agora representa o equivalente a 49,71% do salário mínimo.
Custo acumulado em 12 meses
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a cesta básica de Belo Horizonte está R$ 21,48 mais cara. Entretanto, o custo é menor no cálculo proporcional ao salário mínimo, que em fevereiro de 2024, representava o equivalente a 51,92% do valor vigente naquele ano.
Nos últimos 12 meses, o custo da cesta básica na capital mineira registra alta de 2,93%. No acumulado do ano, essa alta é menor, de 0,88%. No mês passado, a maioria dos produtos teve aumento de preço, no total de sete, com destaque para as altas do tomate (35,65%), café moído (16,84%) e pão francês (3,44%).
Já em fevereiro, dos 13 itens que compõem a cesta básica de Belo Horizonte, o tomate (12,29%), o café moído (7,52%) e o chã de dentro (1,09%) foram os únicos que apresentaram alta no preço médio. Outros dez produtos apresentaram recuo nos preços e ajudaram a segurar o custo total. São eles:
- Banana caturra (-14,58%)
- Farinha de trigo (-2,46%)
- Óleo de soja (-2,23%)
- Manteiga (-2%)
- Leite (-1,43%)
- Arroz (-1,20%)
- Feijão carioquinha (-0,59%)
- Batata inglesa (-0,51%)
- Pão francês (-0,48%)
- Açúcar cristal (-0,19%)
Entre os três alimentos com maior contribuição na alta do indicador da cesta básica neste mês, o café moído teve alta expressiva nos últimos 12 meses. No período, o produto já acumula avanços de 92,45% no preço. O chã de dentro, que possui um peso importante na cesta básica em Belo Horizonte, acumulou um acréscimo de 22,47% na mesma base de comparação. Já o tomate registra alta de 1,30% no preço em 12 meses.
Por outro lado, o levantamento do Ipead mostra que a batata inglesa acumula redução de 44,31% nos últimos 12 meses, enquanto os preços do feijão carioquinha e da banana caturra registraram quedas de 30,67% e 22,11%, respectivamente, no período.
Medidas do governo dependem do sistema econômico para menor custo da cesta básica
O economista do Ipead Diogo Santos afirma que a desaceleração da inflação em Belo Horizonte no momento tem refletido no grupo de alimentos da cesta básica. Itens com grande peso relativo no conjunto de alimentos avaliados começam a apresentar queda nos preços no acumulado do ano, como o chã de dentro, além da oscilação forte nos preços de itens pela sazonalidade, como a queda na banana caturra, que compensa a alta no preço do tomate.
Ainda assim, o economista destaca que o custo da cesta básica em Belo Horizonte está razoavelmente estável após forte alta na segunda metade de 2024, impulsionada principalmente pelas carnes. “Pelo menos para as famílias de menor renda, nesses últimos meses, essa dinâmica geral dos preços tem ajudado a manter relativamente estável o custo da alimentação medido pela cesta básica”, disse.
Ele pontua que há, no momento, uma série de mecanismos econômicos que tentam segurar os preços dos alimentos, como as medidas do governo federal, que geram certa pressão na sociedade, nos produtores e comerciantes para o controle dos preços. Mas se o efeito das medidas vai realmente chegar ao consumidor final, independe das medidas da União.
“Depende dos produtores, comerciantes, empresários e empresas de modo geral, que são quem determinam os preços das categorias, repassar ao consumidor final essa redução de custos. Depende de todo o sistema econômico agir na mesma direção”, ressalta.
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