Custo da construção civil registra aumento de 9,78% no Estado

Enquanto o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) encerrou 2022 com elevação de 10,9%, em Minas Gerais o indicador ficou em 9,78%. Tanto para o Brasil quanto para o Estado estas foram a segunda maior taxa apurada desde 2014.
Em relação ao ano anterior, quando a média nacional ficou em 18,65%, houve recuo de 7,75 pontos percentuais. No caso de Minas a baixa neste tipo de comparação foi ainda maior, de 10,51 pontos percentuais, já que em 2021 o resultado estadual foi de 20,29%.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e elaborados em parceria com a Caixa Econômica Federal. Apenas em dezembro, o custo médio da construção apresentou variação de -0,48% em Minas Gerais e 0,08% no Brasil. No último mês de 2021, ambos haviam ficado praticamente estáveis.
O resultado mostra que o custo da construção por metro quadrado no Estado encerrou o ano em R$ 1.609,26 – abaixo da média nacional, que chegou a R$ 1.679,25. Do total, R$ 1.001,48 foram referentes aos materiais (acima da média nacional – R$ 1.001,20) e R$ 607,78 à mão de obra (abaixo da média nacional – R$ 678,05).
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Em termos nominais, na comparação com as demais Unidades da Federação, Minas apresentou o 11º menor resultado. Santa Catarina liderou o ranking apurando um custo de R$ 1.906,77. O Rio de Janeiro veio logo em seguida com R$ 1.838,04 e o Acre apresentou o terceiro maior valor: R$ 1.800,14.
Na outra ponta, Sergipe teve o menor custo, R$ 1.475,66, seguido por Alagoas, com R$ 1.505,81, e Rio Grande do Norte (R$ 1.542,57).
Construção impacta setor imobiliário
O aumento dos custos da produção acarretou em elevação dos preços dos imóveis no decorrer do ano que passou. Como consequência, o mercado imobiliário acabou sentindo os reflexos.
Apenas em Belo Horizonte, a atividade encerrou 2022 com redução de 21,03% no número de negócios na comparação com 2021, segundo os dados do Instituto Data Secovi, da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG).
Em entrevista recente ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o presidente da entidade, Ariano Cavalcanti de Paula, avaliou o exercício como cheio de desafios para o setor na Capital. Ele explicou que eventos como a pandemia, a guerra na Ucrânia, as eleições e a Copa do Mundo foram alguns dos agentes responsáveis por essa má fase do mercado imobiliário.
Já sobre 2023, ele disse que espera que seja de crescimento, impulsionado por redução na taxa básica de juros (Selic). Na visão de Cavalcanti de Paula, tanto a taxa de juros quanto o atual clima político do País podem ser apontados como os maiores desafios que o setor terá que enfrentar durante o exercício, já que geram incertezas no mercado.
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