Economia

Custo da construção em Minas aumentou 2,46% no 1º semestre

Indicador do Sinduscon-MG aponta incremento de 2,46% no acumulado do primeiro semestre em Minas Gerais
Custo da construção em Minas aumentou 2,46% no 1º semestre
Crédito: Diário do Comércio / Alessandro Carvalho

Pressionado pela mão de obra, o custo da construção em Minas Gerais registrou alta de 2,46% no primeiro semestre de 2024, segundo levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).  Nesse período, a variação da mão de obra foi de 4,62% e dos materiais, de 0,55%.

O presidente da entidade, Renato Michel, afirma que a atividade vive um “apagão de mão de obra”, o que faz com que profissionais do setor sejam disputados, refletindo no aumento dos salários. “Com dificuldade de encontrar trabalhadores, outra opção encontrada para manter as obras é aumentar a quantidade de horas extras, o que impacta no custo”, explica.

No que se refere aos materiais de construção, ele explica que o ritmo dos aumentos diminuiu neste ano. “Eles (preços) pararam de subir, só que se estabilizaram num nível muito elevado e nunca mais voltou ao patamar pré-pandemia”, diz. O dirigente lembra que durante a pandemia, em razão do desequilíbrio nas cadeias de produção no mundo, o preço dos materiais chegou a subir até 80%.

Michel ressalta que o preço ainda alto dos materiais de construção está interferindo no desempenho das empresas que comercializam esses produtos para o consumidor final. Situação destaca pelos representantes do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Material de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos de Belo Horizonte e Região (Sindimaco) e da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac) ao Diário do Comércio. Eles estimaram uma retração de 7% no faturamento no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano passado.

“Quem tem que reformar um imóvel, está com mais dificuldades para comprar o material”, observa Michel.

E os custos elevados têm impacto no valor dos imóveis. Em Belo Horizonte, por exemplo, os imóveis residenciais continuaram subindo. Em junho, a capital mineira apresentou incremento de 1% e já acumula nos últimos 12 meses, 10,17% de aumento nos preços, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base nos anúncios dos portais ZAP (VivaReal e Zap Imóveis).

Elevação menos intensa do custo da construção em Minas frente 2023

Apesar da alta de 2,46% no Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²) no acumulado dos seis primeiros meses de 2024 em Minas Gerais, o presidente do Sinduscon-MG observa que o incremento foi menor na comparação com igual período de 2023: alta de 3,65%. O mesmo comportamento foi verificado no acumulado dos últimos 12 meses, com os custos apresentando alta de 2,97%, acima da elevação de 4,82% frente ao mesmo intervalo de 2023.

Em junho a elevação do CUB foi 0,24% em relação ao mês anterior, enquanto que no sexto mês de 2023, o indicador apresentou queda (-0,05%). A alta de junho de 2024 ficou bem próxima do custo médio da construção, medido pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) e calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Caixa Econômica Federal, que apresentou variação de 0,28% em Minas Gerais e 0,56% no Brasil.

Nos últimos 12 meses, as variações foram de 1,82% e 2,49%, respectivamente. O resultado para o Brasil, conforme o IBGE, mostra que o custo da construção por metro quadrado foi de R$ 1.748,99, sendo R$ 1.006,25 relativos aos materiais e R$ 742,74 à mão de obra. Em Minas Gerais, o custo atingiu R$ 1.653,42 (94,54% da média nacional), sendo R$ 974,60 referentes aos materiais (96,80% da média nacional) e R$ 678,82 à mão de obra (91,39% da média nacional).

Perspectiva – O presidente do Sinduscon-MG explica que o cenário de dificuldade para conseguir profissionais vai se manter no segundo semestre deste ano e, logo, vai continuar pressionando os custos. “Além disso, a formação de mão de obra, leva tempo, é lenta”, observa.

Outo ponto é o fato que a demanda tradicionalmente aumenta nos últimos seis meses do ano em razão da elevação do número de lançamentos de imóveis. “As vendas também aumentam nessa época”, destacou.

E para tentar reduzir os impactos da escassez de trabalhadores, a opção é investir em inovação e tecnologia nos canteiros de obras, o que também requer treinamento dos profissionais.

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