Custo de bateria não reduz venda de elétricos

Nova York – Compradores de todo o mundo estão fazendo fila para comprar veículos elétricos neste ano, mesmo com o aumento dos preços, invertendo o consenso da indústria automobilística de que as vendas só iriam explodir após os custos das baterias caírem abaixo de um limite que sempre foi acima do convencional.
A demanda por veículos elétricos permaneceu forte em 2022, mesmo com o custo médio das células de bateria de íon-lítio subindo para cerca de US$ 160 por quilowatt-hora no primeiro trimestre, de US$ 105 no ano passado. Os custos subiram devido à interrupções na cadeia de suprimentos, sanções aos metais russos e especulações de investidores.
Para um veículo menor como o Hongguang Mini, elétrico mais vendido na China, os custos mais altos da bateria adicionaram quase US$ 1.500, o equivalente a 30% do preço de venda.
Fabricantes como a Mercedes-Benz provavelmente transferirão os aumentos para os clientes se os preços das matérias-primas continuarem subindo. “Precisamos manter as margens”, disse o diretor de tecnologia Markus Schaefer.
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Mas os compradores até agora não mudaram de ideia. As vendas globais de veículos elétricos no primeiro trimestre subiram quase 120%, segundo estimativas da EV-volumes.com.
As chinesas Nio, Xpeng e Li Auto entregaram recordes em março. A Tesla entregou um recorde de 310 mil veículos no primeiro trimestre.
O aumento nos custos da bateria pode ser um freio no ciclo de três décadas seguidas em que melhorias tecnológicas e produção crescente reduziram custos. Dados do setor mostraram que o custo médio de US$ 105 por quilowatt-hora em 2021 caiu quase 99% em relação a mais de US$ 7.500 em 1991.
Expectativa de alta -Especialistas dizem que os custos da bateria podem seguir elevados no próximo ano, quando outra grande queda provavelmente deve vir com grandes investimentos de montadoras e fornecedores em mineração, refinaria e produção de células de bateria, e um movimento para diversificar as fontes de matérias-primas, saindo da escassez para o excedente.
A indústria aguarda há muito o limite de custo da célula de bateria de US$ 100 por quilowatt-hora, como um sinal de que os veículos elétricos atinjam uma paridade de preços com os equivalentes de combustíveis fósseis.
Mas com o aumento da gasolina e as preferências dos consumidores mudando, isso pode não importar mais, dizem analistas.
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