Economia

Custo do frete em Minas aumenta 6,78% em um ano

Maior contribuição veio do diesel S500, que acumulou alta de 50,45%
Custo do frete em Minas aumenta 6,78% em um ano
Insumos também têm pesado no setor de transporte de cargas | Crédito: REUTERS/Pilar Olivares

A escalada de preços do óleo diesel vem impulsionando o custo do frete, mas não na mesma velocidade. O combustível aumentou 53% no Brasil, entre maio de 2021 e maio 2022, enquanto o frete rodoviário teve uma alta de 3,79% no mesmo período. É o que aponta o índice Fretebras do Preço do Frete (IFPF), divulgado pela plataforma Fretebras de transporte de cargas.

Em Minas Gerais, o frete aumentou 6,78%, enquanto o diesel S500 na bomba teve alta de 50,45%. As maiores altas ocorreram nas regiões Sudeste e Sul, 7,2% e 4,1%, respectivamente. 

Em Minas, o valor do frete foi de R$ 1,05 por quilômetro rodado por eixo, acima da média nacional, que foi de R$ 1,02. Na região Sudeste, ele foi de R$ 1,04. Entre abril e maio deste ano, o preço do frete subiu apenas 0,91% na região, enquanto o valor do diesel aumentou 3,35%, reforçando a disparidade entre os reajustes.

O índice não inclui o novo aumento, de 14,26%, aprovado pela Petrobras no dia 17 de junho, mas, segundo a Fretebras, ele impactará ainda mais o custo do frete. “É mais um aumento. Então, o que a gente espera é que ele continue a ser repassado no preço do frete. Estamos vendo algumas iniciativas do governo para tentar auxiliar com isso, mas, no final das contas, o que mais influencia no valor dos fretes é a lei de oferta e demanda”, observou o diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad. 

“Se os caminhoneiros não aceitarem mais viajar a um preço que não compensa, naturalmente o valor do frete vai aumentar. Está nas mãos dos próprios caminhoneiros a força para influenciar o preço no curto prazo”, acrescentou.

O valor do diesel chega em média a ser de 60% a 70% do valor do frete, segundo Hacad. Mas outras despesas devem ser consideradas, como os custos com pedágio, alimentação, banho, estadias, além de imprevistos com pneus e freios, por exemplo. “Aqui na Fretebras nós sempre ressaltamos para os caminhoneiros pensarem no custo de toda a sua viagem para negociar o preço do frete. Por isso, disponibilizamos uma calculadora de custo do frete no nosso aplicativo, justamente para auxiliar o caminhoneiro nesta conta”, disse o executivo. 

Inflação real 

Segundo dados da NTC & Logística, a inflação real no setor de transporte de cargas chegou a 28%, impactando insumos como o pneu, que viu seu preço subir 30%; a mão de obra, que encareceu 8%; e os caminhões, que registraram um salto de 50% nos preços. Estes dados são do início do ano.

Diante deste cenário, a Fretebras realizou uma enquete com mais de 1.300 motoristas no dia 17 de junho, e o resultado mostrou que 44,8% dos participantes consideram deixar a profissão em breve, devido ao aumento nos custos. 

Segundo Bruno Hacad, o cenário é de desafio no dia a dia dos caminhoneiros, que cada vez mais precisam estar atentos e fazer as contas para entender quando um frete vale a pena ou não. “Eles são os maiores impactados e tudo indica que o motorista autônomo tem negociado mais e melhor, usando mais informações como referência para a sua negociação”, concluiu.

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