Economia

Custo para recuperação de rodovias de Minas Gerais é de R$ 15,84 bilhões

Pesquisa da CNT aponta necessidade de restauração de 6.500 km da malha no Estado com defeitos de trinca, remendos, afundamentos e buracos
Custo para recuperação de rodovias de Minas Gerais é de R$ 15,84 bilhões
O maior custo estimado para a recuperação das rodovias em Minas Gerais, segundo o levantamento da CNT, é com a restauração de trechos, avaliado em R$ 11,8 bilhões | Foto: Agência Minas

Para que os trechos danificados dos pavimentos das rodovias em Minas Gerais sejam recuperados são necessários R$ 15,84 bilhões em investimentos em ações emergenciais (reconstrução e restauração) e manutenção. A estimativa consta na Pesquisa CNT de Rodovias 2025, da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

A entidade avaliou toda a malha pavimentada das rodovias federais e os principais trechos estaduais no Brasil. No Estado, foram analisados 15.557 quilômetros (km), 13,6% do total.

Do montante estimado para a recuperação das rodovias em Minas, o maior custo seria com restauração, cerca de R$ 11,8 bilhões. O levantamento identificou 6.500 km com defeitos de trinca em malha, remendos, afundamentos e buracos que precisam ser restaurados.

Embora os valores sejam altos, a diretora-executiva da CNT, Fernanda Rezende, diz que o cenário é de otimismo. Ao analisar o País, mas destacando que a situação se reflete nos estados, ela destaca que os investimentos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária têm crescido nos últimos anos.

Conforme Fernanda Rezende, até 2022, os recursos para se investir em toda a malha administrada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não chegavam a R$ 10 bilhões. Porém, a partir de 2023, os montantes foram subindo. Em 2025, por exemplo, o valor autorizado para o Brasil foi de R$ 12,35 bilhões e para Minas Gerais, de R$ 102,34 milhões – até novembro, R$ 70,34 milhões haviam sido investidos no Estado.

A expansão dos investimentos vem trazendo resultados, de acordo com ela. Em relação à pesquisa de 2024, o estado geral das rodovias em Minas, classificadas como regular, ruim ou péssima, caiu mais de 11 pontos percentuais (p.p.) neste ano, totalizando 65,4%. No País, a queda foi menor, de quase cinco p.p., para 62,1%.

“Esperamos que esse movimento de melhora continue, seja por conta do investimento público ou por conta do investimento privado”, salienta.

“O investimento privado veio forte nessa complementaridade com o investimento público, que tem subido ao longo dos anos, mas não consegue atingir o valor necessário para recuperar toda a malha rodoviária que a gente pesquisa”, ressalta.

A diretora-executiva da CNT pondera que, apesar da melhora, as condições das rodovias no Estado seguem precárias, uma vez que apenas 6,6% da extensão foi classificada como ótima. Ela pondera que estradas precárias geram impactos não apenas para os usuários, como também para transportadores, com aumento de custo operacional, e para consumidores, já que o acréscimo no frete é repassado para os produtos.

Aportes em sinalização rodoviária são destaque

Ainda que a estimativa do custo necessário para a recuperação das rodovias esteja relacionada exclusivamente a pavimentação, Fernanda Rezende destaca que houve aportes efetivos em Minas Gerais principalmente em sinalização rodoviária.

“A sinalização rodoviária foi a variável que teve o maior ganho em Minas. Foram mais de 21 pontos percentuais”, afirma.

“Acredito que por não ter recursos para ampliar a malha, por ser mais caro fazer uma intervenção no pavimento, apesar de que no pavimento também teve melhoria, e por ser mais caro investir em geometria, os governos, de forma geral, optaram por fazer investimentos em sinalização rodoviária”, pondera.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas