Demanda dos consumidores por crédito caiu 3,9% em outubro

A demanda por crédito entre os consumidores brasileiros caiu 3,9% em outubro frente ao mesmo mês do ano anterior. O Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito, realizado pela Serasa Experian, não registra uma variação positiva desde maio de 2022.
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a melhora deve ocorrer de forma sutil e progressiva conforme avançamos para o próximo ano, devido à redução da taxa básica de juros e da inflação. “Essa trajetória ainda deve levar alguns meses até atingirmos números positivos. Por enquanto, os consumidores com intenção de buscar linhas de crédito devem se atentar ao planejamento financeiro”, comenta.
Os consumidores com renda de até R$ 500 registraram a maior queda no índice, com uma variação negativa de 8,8%. Já aqueles que recebem mais de R$ 10.000 tiveram a retração menos acentuada, com recuo de 2,7%.
O levantamento ainda revelou que apenas quatro unidades federativas apresentaram números positivos em relação a outubro de 2022: Santa Catarina (4,4%), Alagoas(4%), Paraná (3,6%) e Rondônia (0,2%).
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Os demais estados registraram queda no indicador, dentre eles, Minas Gerais, com leve recuo de 0,1% no período. Nesse caso, o grande destaque foi o Rio de Janeiro, que apresentou uma retração de 11,1% na procura por crédito em outubro.
Procura por crédito entre as empresas
A demanda das empresas brasileiras por crédito cresceu 6% em setembro na comparação com igual período de 2022. Esse é o primeiro resultado positivo no Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), após oito meses de queda na busca por financiamentos. O setor de serviços teve o melhor desempenho no período, com alta de 20%, seguido pelos bancos e financeiras (10%). Já o setor de varejo caiu 3%.
O estudo aponta que, apesar do avanço na procura por crédito, o cenário exige cautela, já que o segmento varejista, que tem maior peso na análise do comportamento dos consumidores, apresentou resultado negativo.
A head de produtos analytics da Neurotech e responsável pelo INDC, Natália Heimann, lembra que essa melhora conservadora já era esperada, uma vez que a oferta de crédito vem sendo reduzida pelos bancos e financeiras devido à instabilidade econômica.
“Nesta reta final, a expectativa é sempre positiva com as datas comemorativas, mas um crescimento considerável para o setor irá depender muito de como os consumidores se planejaram para este período”, afirma.
Esse resultado observado no setor varejista foi puxado, principalmente, pelo grupo de Supermercados, que recuou 40% no período. A categoria de EletroMóveis também ficou abaixo do esperado, com queda de 7%. Por outro lado, os grupos de Lojas de Departamento (34%), Vestuário (3%) e Outros (40%) foram os grandes destaques positivos no segmento.
Já na comparação com o mês anterior, a demanda por crédito registrou alta de 11%, o que justificou o bom resultado anual após um longo período de quedas. Entre os segmentos analisados, Bancos e Financeiras e Varejo apresentaram desempenhos positivos no indicador, com variações positivas de 15% e 11%, respectivamente. Enquanto a busca por crédito no setor de Serviços recuou 27%.
Os Supermercados também foram os grandes destaques negativos para o varejo no recorte mensal, com queda de 30% no período. Os demais subgrupos apresentaram sinais de recuperação:
- Outros (24%);
- Vestuário (22%);
- Lojas de Departamento (17%);
- EletroMóveis (4%).
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