Demanda de consumidores por crédito cresce em Minas Gerais

A procura do consumidor por crédito em Minas Gerais subiu 14,9% no sétimo mês deste ano se comparado a igual período de 2024. O avanço foi o maior entre as unidades federativas do Sudeste e ficou acima da média do Brasil, de 10,6%. Em relação a junho, a busca por recursos financeiros no Estado cresceu 9,7%, percentual também superior ao nacional (7,4%) e menor somente que o do Espírito Santo (10,5%) na região Sudeste.

No acumulado dos sete primeiros meses de 2025, o crescimento em Minas chegou a 9,3%, enquanto a variação acumulada dos últimos 12 meses até julho alcançou 7,7%. Em ambos os casos, o resultado do Estado superou o de vizinhos do Sudeste, além do desempenho médio do País – com expansão de 8% e 6,9%, respectivamente.

Os dados são do Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian. A pesquisa mostra que, mesmo com a taxa básica de juros (Selic) em patamar elevado, em 15% ao ano, o maior nível em duas décadas, a procura por recursos financeiros segue alta.

A economista da datatech, Camila Abdelmalack, explica que as pessoas estão buscando linhas de crédito para renegociar débitos em um cenário de avanço da inadimplência. Ela ressalta que houve um crescimento da inadimplência em 2025 em Minas Gerais e no Brasil em geral, com os brasileiros acumulando mais dívidas, e de valores ainda maiores.

De acordo com a especialista, com o ambiente mais restritivo e as instituições financeiras desacelerando o ritmo de concessões, os consumidores têm encontrado mais dificuldades para tomar crédito. No entanto, isso não significa que eles não estejam procurando renegociações e opções mais vantajosas para manter os compromissos em dia.

Outro ponto ressaltado por Camila Abdelmalack é o fato de que o indicador da Serasa Experian verifica apenas se o consumidor realizou algum pedido por crédito. Ou seja, a pesquisa não traz necessariamente a informação de que a transação foi efetivada.

“Um dos motivos [para o aumento da demanda por crédito] é esse contraste: a inadimplência está bastante elevada, o tíquete médio da dívida também está crescendo e as pessoas estão com mais dificuldades de encontrar uma concessão de crédito, porque as instituições financeiras estão mais restritivas, mas a população continua indo atrás de algum veículo que possa disponibilizar condições mais favoráveis ou alguma linha de crédito para a manutenção de despesas do dia a dia”, explica.