Demanda das empresas mineiras por crédito em fevereiro cresce abaixo da média nacional

A procura das empresas por recursos financeiros em Minas Gerais em fevereiro cresceu 12,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. No Brasil o indicador foi da ordem de 13,1% no mesmo período. O principal motor deste avanço foi o desempenho das Micro e Pequenas Empresas (MPEs), cuja busca por crédito no País registrou um salto de 13,5% no segundo mês de 2025, segundo dados do Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito.

Para a economista da Serasa Experian Camila Abdelmalack o aumento na demanda por crédito está ligado à busca por um fôlego financeiro. “Apesar do nível restritivo da taxa de juros, muitas micro e pequenas empresas têm recorrido ao crédito como uma forma de manter a operação e atravessar um cenário desafiador. A resiliência dessas empresas é fundamental para sustentação da atividade econômica, visto que micro e pequenos negócios representam mais de 90% dos empreendimentos no Brasil”, explica.

Na análise por setores, o maior crescimento da demanda por crédito veio do segmento classificado como “Demais” – que engloba os seguintes segmentos:

• Primário (agronegócio), Financeiro e Terceiro –, com alta de 19,5%.
• Setores de “Serviços” (18,8%)
• “Indústria” (13,5%).
• “Comércio” apresentou a menor variação entre os segmentos, de 6,8%.

Para o mestre em administração e professor do Centro Universitário Newton Paiva-Wyden, Franz Petrucelli, é perceptível neste início de ano a necessidade das empresas, não apenas em Minas Gerais, de se reestruturarem, mantendo a resiliência para enfrentar este momento de inflação e juros em alta. “Muitas dessas empresas precisam de capital de giro e encontram na tomada de crédito um certo ‘oxigênio’ para manter o negócio funcionando. Afinal de contas, as micro e pequenas empresas são as maiores responsáveis por girar a economia”, afirma.

Ainda segundo Petrucelli, a busca de crédito é feita por parte das MPEs para mantê-las fora da ‘UTI’, uma vez que para equilibrar as contas o ideal seria reduzir os custos, mas este cenário gera impactos no fluxo de caixa para as empresas. “Diante disso, a busca por crédito acaba sendo a opção mais viável a curto prazo. Entretanto, a longo prazo, o ideal mesmo é buscar formas de reduzir os custos e manter a empresa em pleno funcionamento”, destaca.

Em fevereiro de 2025, Santa Catarina liderou a expansão na demanda por crédito entre as empresas, com expressiva alta de 32,2%, bem acima das demais unidades da federação.

Veja como ficou a demanda por crédito de acordo em cada estado: