Demanda das empresas de MG por crédito sobe 4,3% no semestre

A demanda por crédito destinado às empresas em Minas Gerais cresceu 4,3% no primeiro semestre do ano, comparado com o mesmo período de 2023. O resultado ficou acima da média nacional, de 2,6%, de acordo com dados do Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian.
O economista da Serasa, Luiz Rabi, explica os fatores que podem impulsionar as empresas na busca por crédito, no segundo semestre, como também as incertezas sobre a economia que podem arrefecer a demanda (leia análise completa ao final do texto).
Na região Sudeste, o Espírito Santo fechou o semestre com o avanço mais expressivo na busca dos negócios pelo recurso financeiro, com alta de 13,4% frente ao mesmo período do ano anterior. O estado capixaba também liderou o ranking nacional. Em seguida, aparecem o Rio de Janeiro, com 4,7%, Minas Gerais e São Paulo, com 3,2%.
O levantamento também revelou que a procura por crédito no primeiro semestre deste ano foi maior entre as grandes empresas, com crescimento de 9,9%. Logo em seguida aparecem as companhias médias, com alta de 7,6% na demanda. Já a busca pelos recursos entre as micro e pequenas empresas (MPEs) aumentou apenas 2,4% no período.
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Na análise por setores, a categoria “Demais” – que contempla empresas do segmento “Primário”, “Financeiro” e do “Terceiro Setor” –, registrou alta de 9,3% na demanda semestral por crédito. Em segundo lugar ficou o setor de “Serviços”, com 5%, seguido pela “Indústria”, com 0% e, por fim, pelo “Comércio”, com leve queda de 0,1%.
Incertezas econômicas podem segurar busca das empresas por crédito
O economista da Serasa aponta que a análise semestral demonstra os impactos da redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC), que tornou os empréstimos mais acessíveis para empresas, principalmente as de grande porte, e deixou empresários mais confiantes em tomar novos créditos para impulsionar ou reestruturar seus negócios.
Sem previsão de mais reduções na Selic pelo BC nos próximos meses, Luiz Rabi explica que a demanda por crédito deve ser impulsionada pela sazonalidade do segundo semestre, tradicionalmente com demanda mais forte que o primeiro, e as empresas devem se preparar para a alta do consumo com o pagamento do 13º salário no final do ano.
Mas as incertezas quanto à condução da política monetária do País, traduzida na escolha do próximo presidente do BC pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode segurar o ânimo das empresas em tomar novos créditos. “Isso é uma fonte significativa de incerteza que paira hoje sobre a economia e os ativos financeiros acabam refletindo isso”, declara Rabi.
A recente desvalorização do real frente ao dólar também dificulta a demanda das empresas por crédito, já que afeta o custo de diversas empresas em vários setores. “A gente deve ter praticamente o mesmo desempenho do primeiro semestre, um crescimento, porém, não muito exuberante, dado que incertezas macroeconômicas ainda precisam ser resolvidas”, avalia.
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