Economia

Demanda das empresas por crédito cresce em Minas Gerais

Indicador elaborado pela Serasa Experian aponta um crescimento de 3,4% no mês de fevereiro em Minas Gerais
Demanda das empresas por crédito cresce em Minas Gerais
Dados são da Serasa Experian | Crédito: REUTERS/Adriano Machado

A queda dos juros está estimulando as empresas a buscarem mais crédito. Em Minas Gerais, conforme os dados do Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian, em fevereiro, foi registrada alta de 3,4% na demanda das empresas por crédito frente a igual mês do ano passado. O movimento de alta também foi visto em nível nacional, onde o aumento ficou em 1%.

Considerando a região Sudeste do País, o crescimento na demanda das empresas mineiras pelo crédito foi o segundo maior, perdendo apenas para Espírito Santo, onde a elevação chegou a 17,6%, se comparada com fevereiro de 2023. Já o Rio de Janeiro e São Paulo, registraram queda de 0,8% e 1,9%, respectivamente.

Conforme os dados, em Minas Gerais, a variação positiva vista em fevereiro frente a igual mês do ano anterior foi a oitava alta consecutiva na comparação anual.

Com o resultado do segundo mês, a busca das companhias por crédito no Estado acumula alta de 4% no primeiro bimestre. O índice ficou bem acima da média nacional, cuja alta ficou em 0,7%.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Queda dos juros favorece acesso das empresas ao crédito

De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a retomada da demanda de crédito por parte das empresas em relação ao crédito é resultado da queda de juros no País. Movimento que foi iniciado em 2023. 

“Hoje, o ambiente está muito mais favorável para a tomada de crédito em maiores volumes porque os juros estão caindo no País desde agosto do ano passado. Na medida que os juros vão sendo reduzidos pelo Banco Central, as empresas conseguem financiar as suas atividades pagando juros menores. Então, o momento é mais favorável hoje do que era a questão de 12 meses, seis meses atrás justamente porque os juros estão caindo e vão continuar caindo”.

Para Rabi, a tendência é que os juros continuem caindo, o que continuará favorecendo a tomada de crédito por parte das empresas. “Os juros vão continuar caindo, então, as empresas que puderem esperar, a gente sabe que isso é difícil, mas, daqui para frente, ou seja, daqui até o final do ano, os juros estarão cada vez menores favorecendo a tomada de crédito por parte das empresas”.

Momento é favorável para renegociar dívidas

A queda dos juros, segundo Rabi, também é favorável para que as empresas negativadas possam renegociar as dívidas. Assim, podem voltar a ter um acesso mais facilitado ao crédito e com juros menores. 

“E para facilitar o acesso ao crédito, as empresas precisam estar em dia com as suas obrigações financeiras. Ou seja, empresas que estão negativadas têm maior dificuldade em acessar o crédito e quando acessam, pagam mais caro. Então, aproveitar também essas reduções de juros e renegociar as dívidas que estão atrasadas para colocar a situação financeira em dia. Com isso, vai aumentar o acesso ao crédito, crédito com qualidade e com taxas menores”.

Ele destaca ainda que há uma maior concorrência no mercado de crédito, principalmente após a entrada dos bancos digitais e das fintechs. Isso também favorece juros menores. 

“Então, hoje, o mercado está muito mais competitivo, isso também favorece a redução de juros para quem precisa. Isso porque, com maior concorrência, os bancos, as financeiras, os bancos digitais e as fintechs estão tentando colocar mais poder de mercado ou ganhos de mercado e, isso, acaba facilitando a redução de juros na ponta final”, explicou Rabi.

Grandes empresas lideram crescimento

Considerando o porte das empresas, a maior demanda pelo crédito no Brasil veio dos grandes negócios. Em fevereiro, as empresas de grande porte ampliaram em 10,5% a busca por crédito, se comparado com igual período de 2024. Em seguida, veio a alta de 0,9% na demanda pelo crédito por parte dos micro e pequenas empresas (MPEs) e de 0,3% nas médias empresas.

Olhando por segmento, o setor de serviço apresentou o maior crescimento na busca por financiamento, 1,4%, seguido pelo comércio, onde a demanda subiu 1,1%. Ao contrário dos setores citados, houve queda de 1,5% nas solicitações por recursos dos demais – que engloba companhias dos segmentos “Primário”, “Financeiro” e “Terceiro Setor”. Na indústria, o recuo ficou em 1,4%.

Empresas demandam mais crédito na maioria dos estados das Federação

Conforme os dados do Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian, na maior parte dos estados houve aumento na busca das companhias por crédito.

Em fevereiro, os maiores incrementos na demanda das empresas por crédito vieram de dois estados do Norte. No Amapá, a alta ficou em 29,6%, seguido por Rondônia (28,6%). Minas Gerais ocupou a nona posição em fevereiro 

No sentido oposto, os locais com as quedas mais acentuadas foram Maranhão (4,9%), Distrito Federal (7,1%), Amazonas (7,9%) e Ceará (12,8%).

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas