Demanda por materiais de construção tem melhora em março no Estado

O setor de materiais de construção registrou um início de ano negativo em Minas Gerais, porém, as expectativas continuam a ser de crescimento ao longo deste ano. Após as chuvas impactarem as vendas em janeiro e fevereiro, março foi registrada uma melhora no volume de negócios.
O primeiro trimestre de 2021 foi atípico para o setor de materiais de construção. Considerado atividade essencial, manteve as lojas abertas enquanto as pessoas passaram a trabalhar em casa e procuravam uma maneira de fazer isso com mais conforto e funcionalidade – uma busca pelo que ficou conhecida como “ressignificação do lar”.
Turbinado pelo auxílio emergencial, o setor cresceu cerca de 40% nos primeiros três meses do ano passado, quando comparado ao mesmo período de 2020. Este ano, o movimento foi mais fraco e só deu uma reagida no final de março. “A quantidade fora do normal de chuvas interrompeu muitas obras, impactando as vendas, que tiveram uma queda de 8%”, revela o presidente da Associação do Comércio de Material para Construção de Minas Gerais (Acomac-MG), Flávio Alves Gomes.
Também contribuiu para a “normalização” do setor, segundo Gomes, o fato de que janeiro sempre foi um mês mais fraco para a construção, quando as pessoas estão às voltas com o pagamento de impostos e despesas escolares.
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Mas, em março, com a estiagem, houve a retomada de pequenas obras e reparos nas construções em geral, muitos deles dirigidos à infraestrutura para o trabalho em home office que, ao que tudo indica, veio para ficar – inclusive com as novas regras para o trabalho híbrido que passaram a valer este mês.
Houve também, de acordo com Gomes, uma acomodação dos preços, que “vivia uma maratona de aumentos desde o início do ano passado”. Ele sustenta que o setor segurou os preços diante da inflação, da alta dos combustíveis e dos efeitos da guerra na Ucrânia, mas que, em abril, virão novos aumentos.
Eles chegarão em um contexto de redução do consumo que, no entanto, não amedronta o setor. Pelo contrário, os comerciantes de material de construção estão muito otimistas com 2022, ano em que, acreditam, as vendas terão um incremento de 6% a 8%, informa o dirigente.
A indústria é um pouco mais conservadora. Depois de contabilizar 30% a mais no faturamento entre 2020 e 2021, o DVG Grupo, que inclui as marcas DVG Precon, DVG Sical, DVG Tubozan e DVG Detalli, projeta um crescimento de 4% em 2022.
A empresa, que fabrica argamasssa, telhas de fibrocimento e de PVC, rejuntes, tubos e conexões, blocos e vários tipos de acabamento, teve 2% de crescimento nas vendas no primeiro trimestre de 2022, quando comparadas às do mesmo período de 2021. Um incremento menor, atribuído pela diretora do grupo, Kelly Teixeira, ao impacto do excesso de chuvas, nova onda de Covid, taxa de juros em elevação e perda de renda da população.
Termômetro
Realizado em fevereiro pela associação nacional do setor, o Termômetro Anamaco aponta uma parcela de 60% de varejistas que esperam alta nas vendas no segundo trimestre, contra 53% em janeiro. Aqueles que vendem material elétrico (73%) e revestimentos cerâmicos (63%) se mostraram ainda mais otimistas quanto ao futuro próximo,
Sinal dessa possível arrancada, diz Gomes, da Acomac-MG, foi o sucesso da Feicon 2022, a maior feira da construção na América Latina, na qual, segundo ele, muitos negócios foram fechados na semana passada em São Paulo.
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