Demanda por veículos seminovos sobe em MG
As vendas de carros seminovos e usados, em Minas Gerais, voltaram a crescer em julho, após uma pequena retração de 1,5% em junho. No sétimo mês do ano, foi verificada alta de 5,1% na comercialização frente ao mês imediatamente anterior. O resultado surpreendeu o setor, uma vez que, historicamente, o mês de julho apresenta resultados menores.
A estimativa é que o segundo semestre seja de boas vendas, com o índice variando entre a estabilidade e pequenas altas. Por isso, a queda de 20% observada nas vendas feitas ao longo dos primeiros sete meses do ano, pode ser revertida.
Apesar dos juros mais altos e do período eleitoral, a queda dos preços dos seminovos e usados e a menor oferta de veículos novos irão contribuir para o melhor desempenho.
Conforme os dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), no Estado, ao todo, foram comercializadas 152.563 unidades no mês, ante as 145.108 registradas em junho. A média diária de vendas por dia útil ficou em 7.265 veículos, superando em 5,1% a média de junho.
No ano, as vendas somam 875.318 unidades, 20% a menos que as 1,09 milhão de vendas feitas nos primeiros sete meses de 2021. Frente a julho de 2021, quando a comercialização chegou a 177.075 veículos, houve queda de 13,8%.
No Brasil, a comercialização também avançou, mas, a níveis menores que em Minas Gerais. Ao todo, foram 55.449 unidades vendidas no País ao longo de julho, um resultado 3,3% superior ao registrado em junho. O acumulado de vendas em 2022 alcançou a marca de 7,21 milhões de veículos, mas ainda ficou 18% abaixo do alcançado no mesmo período de 2021.
O presidente da Associação de Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg), Glenio Junior, explica que o resultado das vendas em Minas surpreendeu o setor.
“Havia um represamento das vendas que foram menores em junho, mas o resultado de julho nos surpreendeu porque, historicamente, não é um mês em que registramos alta. Mas, alguns fatores contribuíram para o resultado, como a antecipação de compras antes de uma nova alta da Selic e também os bancos oferecendo crédito a juros menores a consumidores com bons históricos de pagamento”.
Ainda segundo Glenio Junior, outro fator que favoreceu as vendas é a redução dos preços dos carros seminovos e usados. Muitos modelos já vêm registrando redução há cerca de três meses, com quedas médias que vão de 1,5% a 2% a cada mês.
“A baixa do valor da tabela Fipe vem ocorrendo há três meses consecutivos, com uma média de 1,5% a 2% ao mês, mas alguns modelos estão com quedas maiores. Com o carro usado barateando, o preço voltou a ser atrativo para compra”.
O setor também é favorecido pela menor oferta de veículos novos, devido à falta de insumos para produção.
Categorias
Dentre as categorias, o maior avanço foi visto nos veículos de 13 anos ou mais, cujas vendas ficaram 19,8% maiores que em junho. Mas, apesar da alta mensal, as negociações ficaram 8% menores frente a julho de 2021 e acumulam queda de 11,9% nos primeiros sete meses do ano.
Os carros com idade entre nove e 12 anos também tiveram resultados positivos. As vendas subiram 9% em julho, somando 36.858 veículos comercializados. Porém, ainda acumulam retração no acumulado dos primeiros sete meses, 23,7%, e de 16,6% frente a julho de 2021.
Ao longo de julho, a comercialização de seminovos retraiu 21,8%. Ao todo, foram 18.095 unidades vendidas. No ano, a queda no segmento é de 11,2%, somando a venda de 131.155 veículos.
Nos automóveis de quatro a oito anos a retração, em julho, ficou em 4% frente a junho, com as vendas totalizando 32.258 unidades. Nos primeiros sete meses, as vendas somaram 202.761 unidades, o resultado ficou 31,2% menor.
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