Desembolsos do BNB para Minas crescem 31% em 2022

Os desembolsos do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para Minas Gerais somaram R$ 3,8 bilhões no último ano. O volume de recursos foi 31% superior frente ao apurado em 2021. Somente em contratações, a instituição registrou R$ 3,4 bilhões entre janeiro e dezembro. Desse montante, R$ 540 milhões foram de operações por parte do setor de comércio e serviços.
Viabilizadas por meio de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), as contratações realizadas pelas atividades de comércio e serviços representaram em 2022 uma alta de 170% com relação ao ano anterior. O superintendente estadual do Banco do Nordeste em Minas Gerais e Espírito Santo, Wesley Maciel, explica que a elevação foi reflexo de uma adequação.
“Todo o setor de comércio e serviços do País e do mundo sofreram com a pandemia. E, naquela época, quem atuava com comércio e serviço viveu o impacto primário”, conta o superintendente, lembrando que o setor foi o primeiro a paralisar as atividades e o último a voltar à normalidade. “2022 foi um ano em que essas atividades necessitaram de uma reestruturação e de maiores esforços por conta desse impacto”, enfatiza.
Com o fim da fase de flexibilização, o momento foi, segundo Maciel, de retomar as atividades e repor os estoques. “Na situação do retorno das aulas presenciais nas escolas, os recursos contratados foram utilizados para a compra de materiais, compra de merenda, assim como para o investimento em transporte, reformas e outras finalidades. Esse movimento evidencia as necessidades de adequações”, diz.
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Outro setor com um forte crescimento em contratações de recursos pelo FNE foi o agronegócio. Em 2022, a atividade contratou R$ 1,2 bilhão contra R$ 756 milhões apurados em 2021. A diferença é de um avanço de 61%.
No cenário geral de contratações com FNE, os recursos saltaram de R$ 1,7 bilhão em 2021 para R$ 2,7 bilhões em 2022, alta de 54%.
Microcrédito favoreceu pessoas na informalidade
Se para quem tem uma atividade formal a situação foi de incertezas econômicas na gestão do negócio, para quem viveu a informalidade durante o período, a preocupação foi mais intensa na fase de enfrentamento. Foi aí que entrou em ação o maior programa de microcrédito produtivo do País, o Crediamigo. Apesar de o programa já existir há um bom tempo, o benefício foi fundamental para atender pessoas que exerciam trabalhos na informalidade.
“Quando a gente lembra da crise, logo lembramos do impacto nas papelarias, nos restaurantes, nos barzinhos, nas lojas de vestuário. Porém, existem também os informais. O salão de beleza que funciona no quarto de uma casa, um pipoqueiro que vendia nas portas das igrejas, e que sem as missas foi prejudicado. Esse pessoal sofreu muito. Afinal, quanto menor o porte do empreendimento, maior será a carência”, descreve o superintendente do BNB.
Com o acesso facilitado ao microcrédito, somente em 2022, foram contratados R$ 523,6 milhões para 175 mil operações. Este valor faz parte do montante geral de recursos contratados para fins de atividades produtivas do comércio e serviços.
“Quem tinha uma atividade formal sendo MEI recebeu ajuda do governo durante a pandemia. Porém, quem vivia na informalidade pôde contar com o Crediamigo. Com as operações realizadas, tivemos o tíquete médio de microcrédito em R$ 1,2 mil por cadastrado”, conta Wesley Maciel.
Atualmente, em Minas Gerais, a carteira ativa de crédito dentro do programa Crediamigo é de R$ 401,4 milhões. Já a quantidade de clientes informais no Estado até o momento soma 112,6 mil inscritos. Um trabalho realizado pelo programa é de orientar esses profissionais para a necessidade de formalização, cujo processo conta com o suporte do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas).
Para a tarefa de identificar quem vive na informalidade, foram formados grupos solidários, do qual uma rede de assessores realizam visitas em comunidades. E nessas visitas são localizadas essas pessoas, que, ao saberem do programa Crediamigo, avisam a outras. Dessa forma, os atendimentos vão sendo conduzidos.
“O apoio do Banco do Nordeste é uma ação solidificada cujo o importante papel da instituição é de contribuir e fazer o desenvolvimento econômico no País junto aos mini, micro e pequenos empresários. Assim, vamos seguindo a missão de desenvolvimento a quem mais precisa”, garante o superintendente.
Ampliação da área da Sudene no Estado
Para 2023, o BNB estima que o volume de desembolsos seja maior, uma vez que a área de abrangência da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) cresceu. “Nós tivemos em 2022 a entrada de 81 novos municípios mineiros à Sudene, sendo a maioria do Vale do Rio Doce. Porém, como em 2022 não tivemos agência aberta nessa região, agora vamos abrir uma unidade em Governador Valadares, que já foi aprovada pelo Conselho Nacional do Banco do Nordeste”, conta Wesley Maciel. Até 2024, o BNB pretende inaugurar outras quatro agências, sendo elas nas cidades mineiras de Aimorés, Inhapim, Guanhães e Mantena.
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