Economia

Desembolsos do BNB crescem em Minas

Desembolsos do BNB crescem em Minas
Banco do Nordeste realizou 26.319 operações entre janeiro e maio na área da Sudene em Minas | Crédito: Divulgação

De janeiro até maio, o Banco do Nordeste desembolsou R$ 1,019 bilhão para Minas Gerais. O montante ficou 17,4% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Ao todo, já foram realizadas 26.319 operações, alta de 14%. Nos primeiros cinco meses do ano, o crescimento da demanda pelo crédito veio, principalmente, da indústria e da agricultura familiar.

Para o restante do ano, as expectativas são positivas. Apesar dos dados ainda não terem sido fechados, em junho houve a confirmação de importantes desembolsos para projetos de infraestrutura. Com isso, a tendência é que o valor do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) previsto inicialmente para o Estado seja superado.  

De acordo com os dados do BNB, considerados apenas recursos do FNE, já foi contratado o valor de R$ 1,011 bilhão em crédito, com a concretização de 24.604 operações. O valor ficou 21,6% superior ao registrado entre janeiro e maio de 2020 e a quantidade de operações cresceu 17,5%.

Segundo o superintendente estadual do Banco do Nordeste para Minas Gerais e Espírito Santo, Wesley Maciel, o resultado de janeiro a maio foi muito positivo, mas os números serão ainda melhores no fechamento de junho. 

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“As operações do FNE estão em crescimento e, fechando junho, vai melhorar ainda mais. Basicamente, o que tem alavancado as operações é a demanda pelos recursos do FNE, que tem juros mais acessíveis para quem quer empreender. Fechamos 2020 com projetos não concretizados e que agora, em 2021, deram certo. São projetos que envolvem a atividade produtiva urbana e rural e a indústria”, explicou.

Dentre os destaques estão as linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), incluindo a operada pelo programa de microcrédito rural Agroamigo. Para esse público, já foram destinados, entre janeiro e maio de 2021, R$ 128,6 milhões, distribuídos em 23.782 contratos. O montante cresceu 25,1% e a quantidade de operações 26,1%.

“No ano passado, com a pandemia de Covid-19 tivemos dificuldades em atender os agricultores familiares. Nossa metodologia inclui a visita técnica e o contato com o produtor para orientações sobre o crédito e avaliações sobre projetos. Sem as reuniões presenciais, este processo foi prejudicado. Agora, aprendemos a conviver melhor com a pandemia e estamos retomando estes projetos. Por isso, já percebemos uma alta significativa na demanda pelos recursos. Isso é muito importante porque estamos atendendo a famílias rurais que dependem da produção e da venda do excedente produtivo para sobreviver”.

Para micro e pequenas empresas, foram aplicados R$ 62,2 milhões, em 500 operações até maio. Este público foi o mais priorizado no ano passado, no início da pandemia. Assim, até maio de 2020, haviam sido contratados R$ 84,8 milhões, em 1.588 operações.

Em relação ao Crediamigo, o microcrédito urbano, foram R$ 257,6 milhões desembolsados, o que gerou um crescimento de 25,9% entre janeiro e maio, frente a igual intervalo de 2020. Em contratos aprovados, 88,2 mil, a alta ficou em 7,9%.

Expectativa – Para os próximos meses, as estimativas são positivas. Apesar dos dados ainda abertos, a avaliação para o fechamento de junho é de alta na demanda. De acordo com Maciel, o mês vem sendo marcado pela concretização de contratos para investimentos na área de infraestrutura e energia solar.  

“Nossa estimativa para o fechamento do primeiro semestre é positiva e esperamos superar R$ 1,7 bilhão. Será um resultado muito bom porque além de atendermos os que mais precisam dos recursos, a gente continua a investir em projetos de infraestrutura, que são a base da retomada econômica, da geração de empregos, renda e desenvolvimento. Os aportes para aumentar a produção de energia são importantes para o Brasil voltar a crescer. A energia é necessária em todas as atividades econômicas e a expansão da produção depende do aumento da oferta, seja no campo, na indústria ou nas cidades”, explicou Maciel.

Caso os resultados sejam confirmados, o valor inicial do FNE estipulado para Minas Gerais em 2021, cerca de R$ 1,6 bilhão, será superado.

Para o segundo semestre também são esperados resultados favoráveis. O avanço da vacinação contra o Covid-19 e a possibilidade de se controlar a pandemia são fatores que têm feito com que a indústria e a produção agrícola e pecuária se preparem para atender a demanda em 2022.

“Nós enxergamos a economia ainda deprimida, mas também enxergamos a indústria e a produção no campo começando a se prepararem para a expectativa de maior consumo em 2022. Estes setores começam a trabalhar agora para ter produtos para o ano seguinte. Com o avanço da vacina e o controle da pandemia, os setores enxergam maior possibilidade de retomada em 2022”, explicou Maciel. 

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