Desembolsos do BNB ficam 25,4% menores no 1º tri
Ao longo do primeiro trimestre, os desembolsos do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB) para Minas Gerais somam R$ 271,1 milhões. O valor ficou 25,4% menor que o registrado em igual período do ano passado, resultado de uma operação extraordinária remanescente de 2020 e operacionalizada em 2021. Nos primeiros três meses do ano, foram feitas 15,3 mil operações de crédito. Os destaques foram as liberações para a agricultura familiar, que somaram R$ 94,6 milhões desembolsados, valor 30,4% maior. Para o fechamento do ano, a expectativa é de alta de, pelo menos, 30% nos desembolsos totais do BNB.
A maior parte do montante foi de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado exclusivamente pela instituição e que somou R$ 263,3 milhões, distribuídos em 14,1 mil contratos.
De acordo com o superintendente estadual do Banco do Nordeste para Minas Gerais e Espírito Santo, Wesley Maciel, as expectativas em relação à demanda por crédito para 2022 são positivas.
Além do aumento do número de municípios atendidos, já que mais 81 municípios mineiros foram adicionados à área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a decisão de trabalhar com taxa pré-fixada para as micro e pequenas empresas (MPE) deve estimular a demanda.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“Apesar do ano ser uma incógnita,estamos trabalhando com a previsão de uma alta de pelo menos 30% nas operações de crédito. Parte dessa alta é esperada pela taxa prefixada para as MPEs e também pela inclusão dos 81 municípios de Minas na área do Sudene, que vai trazer uma demanda nova que ainda desconhecemos. Estamos fazendo o atendimento desses novos municípios com as unidades no entorno e estamos em processo para abrir novas unidades”.
Conforme os dados do BNB, entre os destaques do primeiro trimestre, estão as operações de crédito voltadas para a agricultura familiar. Ao todo foram R$ 94,6 milhões desembolsados, valor 30,4% maior do que o registrado no primeiro trimestre de 2021. O montante está dividido em 13,6 mil contratos.
Somente o programa de microcrédito rural orientado, o Agroamigo, desembolsou para o Estado o montante de R$ 84,7 milhões, acréscimo de 22,3% em relação ao mesmo período de 2021. Ao todo, foram aprovadas 13,3 mil operações de até R$ 20 mil.
Já pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), foram liberados R$ 9,91 milhões, crescimento de 226,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Foram 251 contratos assinados.
“O arrefecimento da pandemia de Covid-19 permitiu a volta às aulas e a retomada das feiras livres, demandando mais produtos da agricultura familiar, que é a maior produtora de alimentos. Esta retomada vem aquecendo as vendas e a demanda pelo crédito. Além disso, neste ano safra, tivemos um bom regime de chuvas, que começaram em outubro e foram acima dos índices médios dos demais anos. Isso animou o produtor rural e estimulou os investimentos. Por isso, a demanda pelos recursos do Pronaf e do Agroamigo cresceram de forma significativa”, explicou Maciel.
Pequenos negócios
Outro segmento em destaque são as micro e pequenas empresas mineiras. Os desembolsos do BNB para as MPEs somaram R$ 35,7 milhões, superando em 4,38% o valor liberado no mesmo período do ano passado. Esse segmento contratou 376 operações de crédito.
De acordo com Maciel, as MPEs foram as que mais sofreram os impactos da pandemia, principalmente, as voltadas para o segmento de entretenimento, feiras, shows e, estas empresas vêm apresentando uma recuperação mais lenta pela retomada ter ocorrido há pouco tempo.
Para ajudar na retomada do setor, o BNB, a partir de maio, vai trabalhar com juros pré-fixados nos contratos das MPEs. Dessa forma, é esperado aumento significativo na busca pelos recursos do BNB.
“Em 2022, acreditamos que a demanda terá um crescimento expressivo com as MPEs buscando mais recursos a partir de maio. Nós voltaremos a ter taxas fixas para as MPEs. Até o momento, as taxas eram pós-fixadas e o aumento da Selic e da inflação tem encarecido o crédito. Como banco de desenvolvimento, vamos trabalhar com a taxa pré-fixada, gerando maior segurança e previsibilidade das parcelas para os empresários”.
Itaú vai investir cerca de R$ 1 bi em fintech
São Paulo – O Itaú Unibanco vai investir cerca de R$ 1 bilhão para ser sócio do braço de fintech do grupo de tecnologia Totvs, ilustrando as crescentes apostas na oferta combinada de serviços financeiros e de gestão para empresas de pequeno e médio portes no Brasil.
Pelos termos do acordo anunciado nesta terça-feira, o Itaú passa deter 50% de participação do negócio de “techfin” da Totvs, que inclui os ativos techfin e supplier, pagando R$ 410 milhões à vista, além de injetar R$ 200 milhões no negócio.
O banco também pagará até mais R$ 450 milhões após cinco anos, mediante o cumprimento de certas metas.
Com a joint venture, “os clientes da Totvs poderão contratar uma gama completa de produtos financeiros, como crédito, cash management e antecipação”, segundo fato relevante das empresas.
O anúncio ocorre no momento de crescente interesse de investidores por negócios que oferecem um combo de serviços financeiros e de gestão para pequenas e médias empresas no país, na esteira da evolução do open finance, modelo regulatório implementado pelo Banco Central que promete dar maior autonomia para clientes escolherem com quais bancos querem fazer transações.
Na véspera, a plataforma de soluções financeiras e gestão para empresas Stark Bank anunciou que recebeu um aporte de US$ 45 milhões que incluiu entre outros a Bezos Expeditions, de Jeff Bezos, fundador da Amazon.
No caso do Itaú, a joint venture garante que o banco será o único veículo de desenvolvimento e distribuição de serviços financeiros da Totvs, maior fornecedora de softwares de gestão para pequenos e médios negócios no país, e poderá se beneficiar das integrações com os demais sistemas de gestão da agora sócia.
O negócio foi anunciado após o fechamento do mercado. A ação da Totvs encerrou o pregão em alta de 1%, a R$ 35,80. Os papéis do Itaú Unibanco recuaram 1,77%. (Reuters)
Ouça a rádio de Minas